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    Tudo largo, muito pano: o japonismo invade as passarelas do SPFW
    Tudo largo, muito pano: o japonismo invade as passarelas do SPFW
    POR Redação

    O caminho das tendências não é sempre linear, mas existem situações em que todos os gostos convergem para o mesmo ponto de um modo gri-tan-te. Inclusive para diferentes segmentos de consumidores. É o que está acontecendo agora, neste exato momento, com as roupas ultralargas na passarela (e fora) do SPFW. Tudo largo, com muito pano.

    É muito engraçado – e talvez o divertido das trends seja isso – quando acontece de modo repentino usarmos o mesmo “uniforme”. Como se um desse permissão ao outro. Ok, estamos todos de pantacourt, ou com aquela jaqueta ultravolumosa, ou alguma outra peça com tecido que sobra, arma novos formatos. Geralmente essas situações fazem a gente enjoar rápido da coisa, mas enquanto isso não acontece, vamos lá.

    Os mais apressadinhos vão falar que o tal oversized veio à tona com aquela marca jovem e modernérrima que andou superfalada ultimamente e não vou citar aqui (se você não entendeu, melhor). Mas é importante a gente olhar para um passado mais distante para chegar nas bases dessa ideia, que ficou caracterizada 30 anos atrás, e é japonesa.

    A moda sempre teve uma predominância body-conscious, consciente do corpo, mais, digamos, comercial. O outro lado, que dá mais valor ao design da peça, à evolução da forma como reconhecimento do esmero e talento do estilista/quase artista, é o que ficou chamado de “conceitual”. Porque nesse caso é o conceito, a ideia da roupa, que fala mais alto do que o recurso estético que a moda costuma oferecer para enfeitar o corpo. Neste tipo de moda “conceitual”, é fácil perceber: o corpo quase nunca é marcado, a atitude sexy passa longe. Por isso não é raro vermos um público intelectual apaixonado por essa ideia.

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    Capa do livro “Issey Miyake”, de 1988, com fotografias de Irving Penn ©Reprodução

    Nos anos 80 aconteceu um fenômeno de ultravalorização do design que virou tudo isso do avesso. Os looks inclusive mais sexies e comerciais ganharam muito volume. Mas eram volumes para aumentar o poder do próprio corpo: megaombreironas, saias bufantes. Vide as grifes Thierry Mugler, Krizia. Na contramão desse chamado power dressing vieram os japoneses com uma proposta que soava “esquisita” para o mainstream, trazendo na paralela formas orientais como se fossem verdadeiros origamis, criando desenhos que desconfiguravam os contornos humanos.

    Nesse time maravilhoso temos Issey Miyake, Rei Kawakubo e Yohji Yamamoto. Eles consolidaram a ideia de que é possível encarar a moda com outros olhares e aceitar propostas menos óbvias. E aí entram as superpantalonas infinitas, as formas que saem do corpo de um jeito imprevisível, os volumes que nos lembram superquimonos, calças de luta marcial. E assim criou-se um território do que já era e continua sendo considerado novo, moderno, pensado. Por isso é que a invasão desta tendência em diversas marcas, algumas bem diferentes entre si, é algo que a gente sentiu que precisava ser dito hoje!

    Vejam abaixo, e na galeria de fotos, uma seleção de looks desta edição do SPFW que dialogam total com esse japonismo.

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    Peças da A.BRAND com propostas oversized: os looks são muito maiores que o corpo, vão na contramão do body-conscious e ganham ares de moda conceitual ©Agência Fotosite

    LAB SPFW - N42 Outubro / 2016 foto: Ze Takahashi / FOTOSITE

    A LAB assumiu o japonismo sem rodeios. A coleção foi toda inspirada num personagem que é um samurai negro. Quimonos, calças que lembram lutas marciais e o cinturão amarrado vêm da estética japonesa. E bastante volume ©Zé Takahashi/Agência Fotosite

    (Colaborou Isabella Almeida Prado)

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