Cenografia
O desfile foi montado com uma plateia circular e os convidados rodeados pela coleção. Foi uma das apresentações mais tensas da marca, com luzes desconfortáveis no rosto das pessoas com uma trilha de cachorros latindo e tambores de guerra, praticamente criando uma sensação oposta da de seu desfile anterior, inspirado no glamour de Hollywood. Os convidados receberam máscaras de plástico para se protegerem ao longo do show.
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Luzes
Mais de 120.000 luzes LED absurdamente fortes, incluindo uma parede elíptica em torno da passarela espelhada de 100 metros, começaram a pulsar em ondas, cegando a primeira fila de editores que usavam seus casacos por cima das cabeças para se proteger da cegueira.
Máscaras
A coleção foi chamada de The mask as a cut between visible and invisible. As máscaras dadas aos convidados simbolizavam Hermaphrodite, filho de Afrodite e Hermes, deuses da sexualidade feminina e masculina. No release do desfile, a marca cita a teoria de Hannah Arendt no livro The Human Condition, de 1958: “quando nos mostramos em público, nos revelamos um ao outro em nossas identidades plurais”, ou seja, nós estamos usando identidade para revelar ou esconder nosso verdadeiro eu. As máscaras apareceram com força total na passarela, em modelos e cores diferentes.
Quando não usavam máscaras, alguns modelos tinham lágrimas, especificamente três gotas escorrendo debaixo de cada olho.
Coleção
Com mais de 80 looks, a coleção engloba o universo de Alessandro Michele que já conhecemos, com um grande mix – ou excesso – de materiais, cores e texturas, tornando cada look único dentro de seu grupo. A alfaiataria é um dos pontos mais marcantes com paletós e calças bem amplas ou com ombros grandes ou ainda paletós abotoados de maneira errado, sempre trazendo a sensação de estranheza, como se aquelas peças tivessem sido cortadas da forma errada. Um olhar mais livre para os clássicos.
Novos acessórios
Entre os acessórios que chamaram a atenção, estão os brincos dourados que cobrem toda a orelha. Eles foram inspirados na obra Fashion Fiction #1, do artista argentino Eduardo Costa, uma orelha de ouro 24k que foi usada por Marisa Berenson em foto de Richard Avedon em uma edição da Vogue de 1968 (foto abaixo). Em alguns looks, a peça se extendia para virar um tapa olho.
As joelheiras com o logo da Gucci já são objetos de desejo.