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    Danielle Jensen fala ao FFW sobre sua saída da Maria Bonita
    Danielle Jensen fala ao FFW sobre sua saída da Maria Bonita
    POR Redação

    Danielle Jensen durante a edição de Inverno 2012 do SPFW ©Carla Valois/FFW

    A estilista Danielle Jensen deixa o cargo de diretora criativa da Maria Bonita após nove anos, segundo noticiou a colunista Mônica Bergamo nesta sexta (09.03), na “Folha de S.Paulo”. Ainda de acordo com Bergamo, a estilista planeja iniciar um novo projeto: “Quero pensar o design de moda de um modo mais democrático, acessível. Continuarei tendo a cultura brasileira como inspiração e a moda como norte”, disse Jensen à coluna.

    Danielle assumiu a direção criativa da Maria Bonita em 2003, após o falecimento de Maria Cândida Sarmento, fundadora da marca e de quem foi assistente durante muitos anos. Ao longo de seu trabalho, ela se tornou uma das estilistas mais fortes e criativas do país, traduzindo em roupas sua visão mais que sofisticada do Brasil e da nossa cultura popular.

    Conversamos com Danielle e Alexandre Aquino, diretor executivo da Maria Bonita, para saber mais sobre o caso. As entrevistas estão abaixo:

    DANIELLE JENSEN

    Muitas novidades, não?

    Rsrsrs. Hoje o dia está mais agitado do que no SPFW.

    O que aconteceu?

    Acho que as coisas aconteceram em conjunto. Eu me mudei para São Paulo e isso também dificultou muito. E também há o fato de eu trabalhar na Maria Bonita há muito tempo. Descobri que preciso me reinventar, pensar em outros projetos, outras histórias e tomar outros caminhos. Minha mudança para SP teve um papel bastante forte nessa decisão. Agora estou em busca de outros desafios para a minha vida. 14 anos é bastante tempo e você acaba se confundindo com o que você é e o que a marca é.

    E como a Maria Bonita recebeu sua decisão?

    Acredito que eles já estavam querendo essa nova estrutura e estão apostando em um coletivo que vai assumir a criação. É uma visão diferente da minha.

    É um coletivo de estilistas ou ele envolve profissionais de outras áreas?

    Há também pessoas de outros setores, isso não é muito claro para mim. Acho até interessante, desde que esse grupo tenha uma mesma visão e queira chegar no mesmo lugar.

    Você tinha intervenção no seu processo de criação?

    Acho interessante ter outras áreas por perto, como o marketing e o comercial, para que te auxiliem. Um é a imagem, o outro é a venda, a estratégia. Mas isso não estava mais acontecendo mais. É bem difícil.

    Mesmo com um trabalho brilhante à frente da Jil Sander, Raf Simons foi mandado embora por não trazer resultados comerciais. Você acha que a criação de coletivos ou a troca de estilistas extremamente criativos por profissionais que funcionem melhor comercialmente é uma nova direção do mercado? 

    Não queria acreditar nisso… Quanto mais você se aliar a pessoas brilhantes, mais forte você será. Não acho que isso seja uma tendência, pois há muita gente com personalidade e criatividade em diversas marcas. Pode ser a possibilidade de má gestão de uma empresa. As mudanças tem que ocorrer na gestão, senão, em vez de cair na mão do estilista, cai na mão do marketing. A opinião muda de lugar. Mas acredito que há campo para todos os lados.

    Vocês tinham opiniões diferentes?

    Muitas vezes eu quis algo que eles não quiseram, apesar disso não ficar muito claro. No meu trabalho há uma busca grande pela brasilidade, por envolver pessoas que não são da moda, trabalhar com processos de artesanato…. Acredito que eles queriam outros olhares e estou mirando para outro lugar.

    E você já tem um projeto em andamento ou as coisas estão mais para o sonho?

    Tenho sonhado bastante ultimamente. É o que mais tenho feito (risos). Tenho alguns projetos, nada concreto, e vou começar a realiza-los agora. O Brasil sempre estará no que eu fizer, independente do caminho. Não estou fechada a nada, mas gosto da moda e ela é o meu repertório.

    ALEXANDRE AQUINO

    Quais foram os motivos que levaram à saída da Danielle?

    No formato anterior da equipe de estilo da marca, percebemos que havíamos chegado ao ápice que um processo como aquele podia alcançar. Sentimos que era hora de renovar.

    Há dois anos um processo de reestruturação se iniciou na Maria Bonita, principalmente nas coleções. O frescor de um olhar multifacetado e plural de um trabalho de equipe trouxe uma consciência coletiva que foi de encontro profundamente com o DNA da marca. A imagem do desfile estava de certa maneira desvinculada desse posicionamento. Tornou-se necessária a mudança.

    Quem vai ocupar a direção criativa agora?

    O trabalho terá um formato coletivo, baseado na equipe que tem desenvolvido as últimas coleções. Ainda não temos definições de coordenação do desfile, mas o olhar já está definido.

    Como tem ocorrido com marcas grandes fora do Brasil, o departamento de marketing tem participado muito na área criativa. É o que vem ocorrendo na Maria Bonita?

    No mundo moderno multifacetado e interligado, as áreas de conhecimento se intermeiam profundamente. Difícil perceber em certas inspirações o que foi algo vindo do marketing ou algo vindo do estilo. A junção dos dois olhares é que cria a força da marca. Moda não é só uma expressão artística, mas também é algo que antes de mais nada, tem de criar desejo.

    + Veja o comunicado oficial da Maria Bonita:

    Rio de Janeiro, 9 de março de 2012

    Com o passar dos anos, as coleções cresceram e se tornaram mais próximas, de forma que no mercado do luxo, onde cada produto tem que ser único em design e acabamento, é preciso o olhar e atenção dedicados.

    No formato anterior da equipe de estilo da marca, percebemos que havíamos chegado ao ápice que um processo como aquele podia alcançar. Sentimos que era hora de renovar.

    Há dois anos, um processo de reestruturação se iniciou na Maria Bonita, principalmente nas coleções e o desfile era apenas uma parte disso. Nesta reformulação da área de estilo, buscamos focar mais a essência da marca.

    Este formato já demonstrou grandes resultados na coleção e sentimos que  tanto no posicionamento como nos resultados comerciais da marca, a coleção como um todo estava mais alinhada que os desfiles.

    Nesta estação, trouxemos a público nosso processo com a Maria Bonita Extra, e o sucesso foi unânime, tanto na crítica quanto nas vendas de atacado e o varejo também.

    Tradição de marca, não significa limite de formato. Uma empresa de vanguarda tem que se renovar sempre. E a nossa se renova com maior foco na sofisticação e design, sem deixar de lado a feminilidade e a brasilidade da marca.

    “A Dani é uma excelente profissional, criativa e dedicada, formada na Maria Bonita e entendemos que rapidamente ela vai encontrar o seu novo caminho.”

    + Veja o desfile de Inverno 2012 da Maria Bonita

    + Veja a entrevista que o FFW fez com Danielle Jensen durante a edição de Inverno 2012 do SPFW

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