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    Ventana: a potência do upcycling sem medo

    A marca tem conquistado clientes com um upcycling que não tem medo de mostrar o que é.

    Camisas polo que se tornam vestidos, tops feitos de gravatas, blazers cortados ao meio e um suéter à lá colcha de retalhos: são designs que há alguns anos atrás, seriam motivo de olhares tortos e desdém. Com uma técnica de upcycling que não tem medo de mostrar remendos e costuras aparentes, a Ventana é uma das novas marcas que tem conquistado cada vez mais espaço e destaque por suas ousadas (re)criações, principalmente entre as novas gerações. 

    Gabrielle Pilotto

    Gabrielle Pilotto

    Conversamos com Gabrielle Pilotto, que criou a Ventana em 2012, com o nome de ‘La Pergunta’. Natural de Pelotas, no Rio Grande do Sul, ela começou a garimpar roupas como hobby enquanto ainda estudava no pré-vestibular para medicina. Ela então largou o cursinho e foi estudar design de moda, quando se aprofundou nas técnicas de upcycling: “Na faculdade eu sentia que o que eu queria fazer não era o que eu estava aprendendo ali, comecei a pesquisar mais e mais sobre customização e foi aí que tive meu primeiro contato com o upcycling.” conta Gabrielle. 

    Ventana | Cortesia

    Ventana | Cortesia

    A partir desse desejo, começou e se desenhar a Ventana mas que só seria chamada assim a partir do ano passado, quando passou por um rebranding e se tornou a marca que conhecemos – ou vamos conhecer – hoje. 

    “Entendi que não queria criar uma marca como todas as outras, e sim, criar uma marca que só produziria roupas a partir de peças e materiais que já foram usados e não fazem mais sentido para alguém.”

    O upcycling e a extensão da vida útil das roupas é o que guia a marca: “ Nosso propósito é fazer moda a partir do excesso, do que já está no mundo. Criar somente produtos feitos com materiais descartados”. Sobre seu processo criativo, Gabrielle afirma que transformar peças já existentes em novas peças demanda um pensamento nada óbvio: “O processo criativo não é algo engessado, às vezes a ideia surge e eu procuro algo que tenha no ateliê para aplicar e conseguir visualizar. Outras vezes na hora em que estou nos brechós atrás de algo, olho e já consigo pensar o que poderia nascer daquilo. O que sempre faz parte do processo criativo, e depois apresentar ele para o público, é tentar entender de onde aquela peça ou material veio, o que ela era”. 

    Criar algo a partir de um material que já está no mundo, remixar esse produto e dar uma vida nova a uma peça, exige um esforço de desviciar o olhar e hackear o processo criativo, coisa que Gabrielle Pilotto sabe bem como fazer: “Entender que uma gravata, por exemplo, não é só uma gravata, ela pode ser inúmeras coisas. Conseguir transformar algo que estava deixado de lado em algo que circula por aí de novo, com uma nova função é o que mais me inspira e me faz querer seguir fazendo”.

    Quando fala de gravatas, Gabrielle se refere a uma série específica de seu trabalho com o upcycling, em que ela transforma gravatas em tops desconstruídos, nem sempre perfeitos “entendo o meu trabalho muitas vezes como contar histórias, recontar, desmontar e remontar. Estender um ciclo, mudar a rota e ainda assim fazer sentido.” ela afirma.

    Ventana | Cortesia

    Ventana | Cortesia

     

    “Seja o motivo que for, eu acredito que vai ser inviável (a indústria da moda) seguir do jeito que está.”

    É como ela começa, quando perguntada sobre o futuro da moda. “O custo acaba sendo muito alto, e não falo de dinheiro, falo do tanto que a indústria da moda polui o meio ambiente. E também o quanto que a mão de obra de profissionais que não tem cara e nem nome são desvalorizadas.” continua. 

    Mas para a Ventana, não se trabalha com determinismos. Gabrielle Pilotto não pensa que o único futuro possível é o tipo de trabalho que realiza na marca, mas que pode sim haver um equilíbrio na produção de moda, a partir do momento em que entendemos que vale, sim, produzir moda, mas não a qualquer custo. É um pensamento coerente e a tendência – que já está consolidada – é que o consumidor esteja cada vez mais consciente e exigente quanto à procedência de suas roupas “Acredito que as novas gerações que estão começando a consumir vão ser fundamentais para que essa mudança seja cada vez mais viável. Eles não querem só comprar uma roupa, eles querem saber de onde ela veio, entender se a marca é ética, transparente, coerente.” afirma Gabrielle. 

    Ventana | Cortesia

    Sem dúvida, a pressão do consumidor obriga que muitas marcas repensem seus processos de criação e produção, mas marcas como a Ventana nos lembram que a moda também tem por trás de suas criações as mesmas pessoas que buscam transparência e sustentabilidade na indústria. Tão importante quanto cobrarmos grandes marcas, é apoiar aquelas que se propõem a ser a mudança que queremos ver.

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