Nova edição da Vogue Italia abole editoriais fotográficos; veja como ficou

Capa criada por Paolo Ventura

Capa de Cassi A. Namoda

Capa de Yoshitaka Amano

Capa de David Salle

Capa de Delphine Desane

Capa de Vanessa Beecroft

Neste mês, a Vogue Italia criou sua própria maneira de fazer um statement sobre sustentabilidade. Pela primeira vez na história de uma Vogue (isto é, desde que existe a fotografia), uma edição não tem nenhum editorial de moda. Em vez de fotos, ilustrações, desenhos e pinturas feitos por artistas convidados.
Em sua carta ao leitor, o editor Emanuele Farneti descreveu o que envolve preencher as páginas de uma revista de moda com fotos originais criadas e realizadas por sua equipe: “Cento e cinquenta pessoas envolvidas. Cerca de vinte vôos e uma dúzia de viagens de trem. Quarenta carros em espera. Sessenta entregas internacionais. As luzes acendem por pelo menos dez horas sem parar, parcialmente alimentadas por geradores a gasolina. Resíduos alimentares provenientes dos serviços de catering. Plástico para embrulhar as roupas. Eletricidade para recarregar telefones, câmeras…”.
Realmente, é hora de todos repensarem ações e hábitos. Se começarmos a fazer essa conta, veremos que de fato um ajuste é necessário. Nesta edição, Emanuele fez um primeiro teste, certamente um dos mais difíceis para uma publicação de moda: não fotografar – os ensaios ilustrados também mostram roupas (com seus devidos créditos) e modelos.
A revista chega às bancas nesta terça (07.01) e traz uma seleção de capas diferentes, cada uma com uma modelo diferente vestindo Gucci.
Vanessa Beecroft (em seu primeiro projeto de ilustração), Cassi Namoda, pintora afro-americana, o artista de comics eróticos Milo Manara, a pintora francesa Delphine Desane, o artista David Salle, o italiano Paolo Ventura e o japonês Yoshitaka Amano que pintou Lindsey Wixson em uma das capas mais bonitas entre todas.
A Vogue italiana também está entre as primeiras publicações internacionais da Condé Nast a usar embalagens plásticas100% compostáveis.
Inventar novas maneiras de criar é um baita exercício e, ao contrário do que se imagina, pode significar ainda mais liberdade. Basta pesquisar a revista Vogue no início de sua história, pré-fotografia, e admirar suas capas ilustradas e como o logo brincava com cada desenho, nunca estático, nunca o mesmo.