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    Suzanne Jongmans transforma embalagens recicladas em figurinos renascentistas

    Poesia têxtil. É assim que a artista multidisciplinar holandesa Suzanne Jongmans descreve seu trabalho. Criando encontro entre o clássico e o moderno, Suzanne costura, esculpe, cria figurinos e fotografa. Basta uma olhada rápida em seu perfil no Instagram para lembrar, de cara, do trabalho de artistas dos séculos 15, 16 e 17, como Vermeer e Clouet. Mas olhe de novo e perceberá que a manga da roupa que ela criou é feita de plástico bolha, os capuzes de embalagem de computador e as golas de redes de frutas.

    Em seu trabalho, há uma reflexão séria sobre o descarte em massa de materiais, em forte contraste com uma época em que as roupas eram feitas para durar e havia uma apreciação pelas sedas finas e rendas. Ela pega materiais de lixeiras e cria figurinos super elaborados. “A maioria das pessoas joga espuma, plástico e embalagens fora. Mas para mim são como tecidos que se assemelham a rendas ou seda”, conta ao Design Boom. Uma vez concluídos, os trajes são fotografados em poses que remetem ao estilo de retratos renascentistas.

    Entre seus trabalhos comissionados mais recentes está a campanha para a  Valentino/Moncler. Pierpaolo a chamou para fotografar, inspirado por suas fotos que relembram cenas e rituais religiosos na época.

    Valentino / Moncler fotografado por Suzanne

    Valentino / Moncler fotografado por Suzanne Jongmans / Reprodução

    Suzanne se interessou por esse período da arte ainda pequena, atraída pelos livros de arte de sua mãe. Ela também gostava de observar sua mãe e sua avó costurarem para si e suas famílias.

    Assim, em 2007 ela começou a experimentar com materiais, mas é em uma de suas séries mais recentes, Mind over Matter, que ela mostra total domínio das construções e um nível de excelência no projeto como um todo: uso criativo de materiais que seriam descartados; criação de personagens e cenas e a fotografia em si.

    Tudo começou por acaso, quando ela estava fazendo um traje de teste para uma modelo e ficou sem tecido. Pegou então umas folhas finas da espuma de embalagem que usava para proteger suas obras de arte. Depois de descobrir seu potencial, criou um método original de esculpir uma peça de roupa e transformá-la em um objeto de arte fotográfica. E a partir daí, ela passou a desenvolveu peças cada vez mais elaboradas. 

     

    “A idéia de fazer algo do nada muda nossa visão da realidade”, diz ao The Observer. “Um pedaço de plástico com texto impresso, usado para embalar uma máquina de café ou televisão, pode se parecer com um pedaço de seda. E a tampa de uma lata de purê de tomate pode parecer um anel. Como uma criança, eu posso ver um diamante em uma rocha”.

    Assista abaixo a um video onde Suzanne mostra como faz suas criações:

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