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    Dudu Bertholini assina direção criativa de desfile e fala sobre fase mais feliz de sua vida
    Dudu Bertholini assina direção criativa de desfile e fala sobre fase mais feliz de sua vida
    POR Redação

    Dudu Bertholini fazendo carão ao lado da estilista da Movimento, Tininha da Fonte ©Paulo Reis/Agência Fotosite

    Dudu Bertholini vive uma nova fase em sua vida, que acredita ser a de maior liberdade criativa. Nesta quinta-feira (03.04), ele estreou na direção criativa de um desfile, assinando o trabalho com a Movimento. Mas não é só nesta frente que ele vem atuando. Após o fechamento da confecção da Neon (marca dele e da estilista Rita Comparato), em junho, Dudu tem se dedicado a uma série de projetos, que vão desde um documentário até a curadoria de uma exposição. Nesta quinta, logo após o desfile de Pedro Lourenço – em que ele assinou o styling –, Dudu, que vinha de uma semana de jornada de trabalho de até 15 horas diárias, estava visivelmente feliz, muito feliz. Entre um desfile e outro, ele ainda conversou com o FFW sobre sua nova fase. Confira os principais trechos.

    Sobre a atuação como stylist: “Comecei minha carreira como stylist. Entrei na Santa Marcelina no ano de 1997, e naquela época eu não sabia o que eu queria fazer. Ironicamente, a única coisa que eu sabia era que eu não queria ser estilista. Quando entrei na faculdade, eu me imaginava sendo jornalista, fazendo jornalismo de moda. Mas assim que eu comecei a cursar a Santa Marcelina, percebi que eu queria por a mão na massa, que a minha grande paixão era construir imagens de moda. É assim que eu me vejo: um construtor de imagens de moda, um narrador. E qualquer mídia ou ação onde eu puder colocar isso em prática, está valendo. Seja no estilismo, no styling, no vídeo, no discurso. Eu tinha na época 17 anos, e comecei a trabalhar como assistente. Meu primeiro trabalho foi no extinto evento Phytoervas Fashion. E rapidamente comecei e ser assistente de várias pessoas. E no ano em que eu me formaria na faculdade, no final dos anos 2000, eu assinei o meu primeiro styling sozinho, que foi o da Carlota Joakina. De 2000 para 2001, comecei a assinar meus desfiles sozinho, e até 2003 me dediquei exclusivamente a styling. Naquela época, fiz todas as marcas jovens, fiz Colcci, Zapping, Carlota Joakina. Eu me dedicava exclusivamente a isso, fiz de publicidade a desfiles, catálogos, fui consultor da Arezzo, fiz treinamentos de moda pelo Brasil todo.”

    Sobre como foi voltar a trabalhar para a família Coelho Lourenço: “A sensação que eu tive de voltar à fábrica do Pedro, que tinha 8 anos na época, foi muito irônico, porque eu percebi como a vida também é cíclica.”

    Sobre como concilia a Neon e seus projetos: “Eu conheci a Rita na faculdade, e quando foi no ano de 2002 para 2003, a gente começou um exercício totalmente livre de estilo que foi fazer maiôs para a cidade. A gente nunca imaginava que isso se tornaria a Neon ou que ela ocuparia um posto de empreendimento profissional mais incrível que eu tive na vida. Mesmo nos primeiros anos da Neon, eu me dividia entre o styling e a marca. Lembro que no primeiro desfile da Neon, eu saí e fui correndo para a prova de make da Zapping. Tinha desfiles que eu saía e já tinha outro. Só que a Neon começou a crescer, e em 2004 ou 2005 eu meio que abandonei o styling para me dedicar à marca. Lógico que foi bom, que a minha paixão pelo styling continuou a ser exercitada na Neon, já que eu sempre assinei os stylings dos desfiles, sempre fiz a imagem da marca ao lado da Rita. Já prevendo a mudança, esse novo formato de negócio, de a gente fechar a confecção e passar a licenciar produtos, a gente transformou a Neon num escritório de branding, de marketing, e estamos licenciando produtos para outras empresas. Já há mais ou menos uns dois anos, o styling começou a aparecer de uma forma mais forte. Hoje, os licenciamentos são a minha principal aposta profissional, tanto da marca Dudu Bertholini quanto da Neon. Com o meu nome, eu tenho licenciamentos de óculos de sol, malas de viagem, mochilas escolares, cadernos e agendas. Da Neon, estou lançando uma linha de confecção na semana que vem com uma empresa que se chama Artmaia, e também uma linha de bolsas, com preços mais acessíveis e populares, com uma empresa taiwanesa. Quando eu faço licenciamento, também faço a direção criativa das campanhas. Não desenho só o produto, uso toda essa minha estratégia de marketing e divulgação.”

    Sobre a nova fase: “Assim que a Neon mudou, essa estrutura física da empresa, e esse compromisso diário da confecção e dos funcionários, isso me liberou muito mais para outros projetos. Acho que faz dois anos que eu comecei realmente a atuar agressivamente em várias frentes. E essa semana é praticamente a semana marcante de tudo que eu plantei nesses últimos dois anos. Estou fazendo o styling do Pedro hoje, estou fazendo toda a direção e o styling do desfile da Movimento, onde eu concebi o cenário, chamei os profissionais de beleza, de make, a trilha, tudo bem ou mal sou eu que assino. E aqui no Pedro foi um desafio fantástico, já que a gente tem estilos opostos, mas que se complementaram num trabalho como esse. Sexta-feira é a estreia do meu documentário que eu fui personagem e curador, que se chama “De Gravata e Unha Vermelha”, sobre pessoas que transgridem gênero no século 21. Ou seja, documentarista, entrevistador, isso tudo também aconteceu no meu ano. Estou fazendo também a curadoria de uma exposição com 11 comunidades rendeiras no Brasil, em que chamei 11 estilistas para cada um fazer um look com uma comunidade. Então tem o André Lima, o Lino Villaventura, a Amapô, a Neon, a Adriana Barra, um time maravilhoso de gente. Faz dois anos que eu estou fazendo esse trabalho, e deve sair neste ano ainda.”

    Sobre o que vem pela frente: “O meu foco é fortalecer a minha identidade, o meu estilo em todas essas frentes. E o que eu percebo hoje em dia é que muito mais do que me definir como um estilista ou como stylist, eu quero comunicar o meu estilo, a minha força, a minha essência em todas essas frentes. O que eu fico feliz é que estando mais autônomo, tendo uma independência maior na minha carreira, eu consigo cada vez mais imprimir a minha marca em lugares onde eu nem imaginava que eu pudesse chegar.”

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