O designer Jonathan William Anderson, que vendeu parte da sua marca à LVMH e foi nomeado diretor criativo da Loewe ©Reprodução
Depois de Christopher Kane e Joseph Altuzarra terem vendido uma parte das suas marcas à Kering (ex-PPR), chegou a vez de J.W. Anderson vender uma parcela ao gigante de luxo LVMH, o mesmo que recentemente adquiriu ações da grife de sapatos Nicholas Kirkwood. Mas não é só. Para o jovem designer de 29 anos, o grupo tem planos ambiciosos e convidou-o também para assumir a direção criativa da espanhola Loewe, substituindo Stuart Vevers, que deixou a marca há pouco mais de dois meses para assumir o mesmo cargo na Coach.
De acordo com o artigo de Suzy Menkes publicado nesta quarta-feira (25.09) no “The New York Times”, Delphine Arnault (filha do presidente e CEO da LVMH, Bernard Arnault) e Pierre-Yves Roussel, presidente e CEO da divisão de moda grupo, estão por trás da contratação. “Quando a Delphine e eu conhecemos o Jonathan, sentimos imediatamente que podíamos ajuda-lo a expressar plenamente o potencial da sua marca inovadora. E enquanto discutíamos melhor a parceria, tornou-se claro que o seu entendimento das facetas criativas de uma marca e a sua capacidade de transformar tradição em visão faziam dele o diretor criativo perfeito para a Loewe”, diz Roussel ao veículo. “Depois do desfile de Inverno, sentei com Delphine e com Pierre-Yves – e para mim a parceria veio naturalmente. Eles me motivam e me entendem – e eu entendo eles”, diz Anderson.
No mesmo texto, Menkes questiona também a preocupação da indústria de que os designers jovens sintam que têm que dar tudo de si ainda muito novos, por fazerem parte de um grupo como o LVMH. Mas Anderson confessa ver o lado positivo das coisas. “Estas empresas estão depositando a sua fé em jovens talentos. Aconteceu nos anos 1990 [quando Stella McCartney e Alexander McQueen foram adquiridas pela Kering]. Para mim é filantrópico, alguém tem de faze-lo”, acrescenta.
A sua primeira coleção na Loewe poderá sair já na próxima temporada e espera-se que o designer consiga transformar bem tradição em visão, um dos motivos pelos quais foi contratado. “Adoro cultura espanhola. Gosto das cerâmicas e das cores de lá. Eles tiveram alguns dos maiores artistas, como Picasso e também Balenciaga”, diz o irlandês.