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    De portas abertas
    De portas abertas
    POR Camila Yahn

    José Maria Montero Zyberchema em uma das primeiras portas pintadas para o Projeto Arte Portas Abertas ©Reprodução

    A Ilha da Madeira, ao largo da costa portuguesa, é conhecida pelo seu vinho doce e pelo seu “bailinho” com trajes típicos. Mas pode ser que um dia ainda venha a ser conhecida pelas suas portas. O fotógrafo espanhol José Maria Montero Zyberchema gostava de passear pela zona velha de Funchal, capital da ilha, fotografando casas, ruas e construções antigas. A curiosidade dos moradores fez com que lhe perguntassem o que o levava a fotografar só “coisas velhas e estragadas”, ao que Zyberchema respondia: “Fotografo o que vejo”. Talvez querendo que as pessoas vissem o mesmo que ele, resolveu criar um projeto de revitalização da área que mostrasse de uma forma mais clara a beleza das “coisas velhas e estragadas”.

    Em agosto de 2010, José Maria apresentou, durante um festival no Funchal, o Projeto Arte Portas Abertas, que tinha como objetivo revitalizar a zona histórica de Santa Maria Maior, conhecida como Cidade Velha, por meio de intervenções artísticas nas portas das casas e lojas abandonadas da região.

    Sobre o projeto, José Maria diz no site: “Começou lentamente, porque no início havia uma certa relutância e desconfiança das pessoas na rua. Foi difícil entrar em contato com cada um dos proprietários e ir pedindo permissão para fazer as intervenções. Tenham em mente que este projeto está aberto a qualquer cidadão que esteja disposto a oferecer sua criatividade à cidade de Funchal para revitalizar esta zona muito pobre. Tudo o que se pede é respeito pelo meio envolvente e com os restantes participantes”.

    As obras de Martinho Mendes e Marcos Milewski ©Reprodução

    Embora atualmente seja aberto a qualquer pessoa, no início, José convidou só artistas, na sua maioria habitantes da ilha, e deu-lhes instruções bem simples: escolham uma porta e criem o que quiserem nela. A primeira porta a sofrer uma intervenção foi o número 207 da Rua da Carreira, assinada pelo artista plástico Martinho Mendes, ainda antes de o projeto final ser aprovado. A porta seguinte foi customizada em abril de 2011, na Rua Santa Maria, onde está a maior parte das intervenções; ela foi assinada pelo artista Marcos Milewski e serve de fachada para a “Tasca literária Dona Joana Rabo-de-Peixe” – uma espécie de boteco chique – que pertence a João Carlos Abreu, ex-secretário do Turismo da Ilha da Madeira e forte apoiador do movimento.

    Ambiciosa, a iniciativa não se limita às pinturas e intervenções artísticas em portas. Além de permitir que os moradores vejam a beleza nas “coisas velhas e estragadas”, a área revitalizada ganhou uma nova dinâmica com a abertura de negócios que não eram habituais na zona, como bares, antiquários, espaços de convivência e enotecas, que coexistem harmoniosamente com os negócios mais tradicionais como frutarias e restaurantes típicos.

    Hoje, o projeto conta com o apoio de empresas privadas e estaduais, entre elas a Câmara Municipal (Prefeitura) de Funchal, que fornece as tintas aos participantes e, com o perdão do trocadilho, abre várias portas para cidade.

    + Veja na galeria abaixo algumas das portas modificadas:

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