O designer Jimmy Choo na FAAP ©Thaís Staut/Divulgação
Depois de uma passagem relativamente discreta pelo Rio de Janeiro, onde visitou o Fashion Rio e assistiu na fila A ao desfile da Maria Bonita Extra, Jimmy Choo teve um dia de rock star na Fundação Armando Álvares Penteado, em São Paulo, lotando o auditório da instituição em plena segunda-feira de manhã (28.05) com mais de 300 estudantes – muitos tiveram que sentar no chão – que acompanharam atentos a sua palestra e depois cercaram o palco para tentar tirar uma foto com o designer de sapatos.
A apresentação de Jimmy Choo foi precedida pela de Colin Kerrigan, vice-diretor do Departamento Internacional da University of the Arts, em Londres (da qual Choo é membro honorário desde 2004), que falou à plateia sobre a instituição britânica, sua abordagem de ensino centrada nos estudantes e sua vocação internacional. Ele então passou a palavra ao designer, que, simpático e falador, mas com um inglês de sotaque difícil de entender, contou histórias sobre sua formação, sua carreira e sua filosofia de vida.
Família: Jimmy Choo contou que nasceu na Malásia, e o pai, chinês, foi quem lhe ensinou o ofício de designer de sapatos. “Meus pais são os melhores pais do mundo, meus melhores amigos”, ele afirmou, arrancando suspiros de “awww” da plateia. O designer se referiu à família diversas vezes durante a palestra, destacando sua importância em sua vida.
Lady Di: Sobre Diana, Princesa de Gales, considerada sua “fada madrinha” por ter sido uma de suas primeiras clientes fieis, Jimmy Choo disse que ela chegou a ajudá-lo a carregar as suas malas, e que “ela era muito pé-no-chão, bondosa, e promovia os designers locais – Galliano, McQueen, eu. Ela cuidou de mim. Sempre que me via, perguntava ‘como estão seus pais?’. Ela era uma boa princesa, muito amada, e uma ótima pessoa”.
Jimmy Choo mostra sapato da linha Jimmy Choo Couture, comandada pelo próprio ©Thaís Staut/Divulgação
Sucesso: Jimmy Choo comentou seus muitos prêmios e condecorações, como o título de Officer of The Order of the British Empire; o título honorário de Dato, do Sultão de Pahang, em reconhecimento pela sua contribuição à Malásia; e o You Bring Charm to the World, reconhecido prêmio chinês: “Sinto que todos esses prêmios não são para mim (…) Sem meu time não sou nada. Lembrem-se sempre de honrar suas equipes, seus professores, seu país”.
Budismo: “Meus pais são budistas, e aprendi que temos que ser bondosos e generosos, por isso gosto de compartilhar. Nunca tenho medo que me copiem – o que eu quero é compartilhar a minha visão. Ser egoísta não te leva a lugar nenhum. Devemos ter amor e carinho, e nunca perder a paciência”, ele falou.
Trabalho: Sobre o início de sua carreira, quando trabalhava sozinho, Choo contou: “Trabalhava das sete às três da manhã; por isso perdi meu cabelo (risos). Mas valeu a pena (…) Mesmo na dificuldade, você tem que trabalhar duro, ter confiança, acreditar em si mesmo”. Ele acrescentou: “Seja bondoso, e peça conselhos se precisar; seus pais são seus melhores amigos”.
Inspiração: “Minha mente cria o tempo todo, é isso que eu faço. (…) Eu amo sapatos – minha mulher reclama que eu não presto atenção nela, só em sapatos. Ela reclama quando converso com outras mulheres, mas eu digo: ‘Estou falando de sapatos, só isso!’. Você tem que amar o que faz. Quando você ama o que faz, a inspiração vem de todos os lugares”.
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