Pharrel Williams só pensa naquilo. Líder do N.E.R.D. _que é acrônimo para “No One Really Ever Dies”, ou “ninguém nunca morre realmente”, em português_ banda que lançou nesta semana seu quarto disco de estúdio, “Nothing”, ele tem como combustível para criação o sexo, ou a tensão que o antecede. A receita é uma salada de gêneros e figuras masculinas, numa mistura de Elvis mais Tom Jones, passando por Mike Patton, 50 Ct e Barry White.
Ao lado de Chad Hugo, Williams também integra a dupla de produtores Neptunes, que desde os anos 1990 funciona como fábrica de hits para outros artistas _que vão de Britney Spears à Kellis, passando por Justin Timberlake, Gwen Stefani e Nelly Furtado.
Em “Nothing”, o N.E.R.D. não parece ter a mesma preocupação com o sucesso comercial que nos álbuns anteriores. Os hooks viciantes aparecem, mas em versões mais sutis, acompanhados pelo vocal em falsete de Pharrel e de finas malhas eletrônicas, como no single “Hipnotize U”, produzido pelo Daft Punk.
Já em “Help Me” ou “Nothing On You”, a dupla mistura rock, r&b e trip-hop; a tensão sexual segue cada vez mais forte e atinge seu ápice em “Sacred Temple”, com guitarras sutis e vocais sussurrados. O uso de vocais femininos ganha mais espaço em “Hot-n-Fun”, mas a presença pouco marcante de Nelly Furtado não colabora _e Pharrel acaba desperdiçando um dueto garoto-garota de extremo potencial radiofônico.
Com longas 14 faixas, o álbum é inconstante. Coleciona bons momentos e explora com sucesso territórios inéditos , como em “Help Me”, que mostra maturidade e evolução no som da banda. E se perde em canções sem brilho, como “Victory”, “Perfect Defect”, “Life Is A Fish” e “God Bless it All”. Mas nada que uma pequena editada no iPod não resolva.
O N.E.R.D se apresenta nesta sexta-feira (05/10) , abrindo para o rapper Eminem. As apresentações acontecem no F1 Rocks, evento do GP de Fórmula 1 de São Paulo. Mais informações.
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