Michael Roberts veste blazer Brooks Brothers e camisa da GAP ©Priscilla Vilariño/FFW
Editor da revista “Vanity Fair” e baladeiro assumido, Michael Roberts está no Brasil para conferir de perto os lançamentos do Fashion Rio Verão 2011. Depois de uma festa no Londra, no Hotel Fasano, Rio de Janeiro, e vestindo uma camiseta da campanha “Salve a Floresta Tropical”, Michael falou com o portal FFW sobre os rumores da sua saída da “VF”, falou sobre Isabeli Fontana, negras nas passarelas e mais.
Confira:
Estão falando que você vai sair da “Vanity Fair”. Verdade ou mentira?
Sempre me ofereceram empregos, a vida inteira. Mas não tenho planos de sair da revista tão cedo.
Você é apaixonado pelo Rio. O que te atrai tanto nesta cidade?
É uma cidade bonita, cosmpolita sem ser selvagem, mas ao mesmo tempo tem muita informação rolando. Tem as pessoas, é claro. E é um lugar ótimo para se fotografar, além de me inspirar para desenhar e fazer ilustrações também.
Qual foi o impacto que a internet causou no conteúdo da “Vanity Fair”?
Agora temos o site. É perigoso mudar o DNA de uma coisa, porque é isso que as pessoas querem – celebridades e fotos da Annie Leibovitz. Mas estamos mudando, ficando menos obcecados por Hollywood, por exemplo.
Com quem você tem gostado de trabalhar?
Mert & Marcus, eles me impressionam. A Isabeli Fontana é incrível, mas não sabe escolher namorados [risos]. Ela tem uma beleza estonteante, um caráter forte, uma personalidade incrível.
Você também gosta das atrizes, né?
Ah, sim. Sou apaixonado pela Cate Blanchett e pela Angelina Jolie. Eu gosto de mulheres fortes, e não daquele tipo de mulher feminina, que usa artifícios para conseguir as coisas. Esse tipo de coisa me irrita.
A imagem de alguns desfiles recentes, como Prada e Louis Vuitton, era de mulheres super femininas. Isso te irritou?
É verdade. Mas era muito mais styling que qualquer coisa, muitas das meninas não eram realmente tão cheias de curvas. Mas esse desfile da Louis Vuitton foi o melhor deles em muito, muito tempo. É o tipo de marca que vez ou outra erra feio.
Você tem um blog dentro do site da revista. O que você acha de blogueiros como a Tavi, Bryan Boy e Perez Hilton ocupando as primeiras filas de desfiles?
No desfile da Dior, onde todos eles foram convidados, a Suzy Menkes – que é conhecida por escrever no laptop direto da passarela – estava sem lugar para sentar e muito irritada. Tive que trocar de lugar com ela. Bryan é um menino ótimo, mas não vai muito longe. É só “olha o casaco que eu comprei”, nada além do normal. A importância deles é superestimada.
Qual a diferença entre escrever em um blog e uma coluna impressa?
Não muita. Eu fiz a minha carreira sendo crítico, essa é a minha reputação desde que comecei. No blog eu gosto de postar comentários, pensatas.
Que desfiles chamaram a sua atenção nesses primeiros dias de #FashionRio?
Gostei de Walter Rodrigues e Redley.
O que você achou do casting só de meninas negras do Walter?
Adorei! Quando vim pela primeira vez ao Brasil para ver desfiles, fiquei horrorizado com o esnobismo dos estilistas brasileiros com relação ao folclore, as etnias e a cultura locais. Você vai a Salvador e quase todo mundo é negro, grande parte da população, estatisticamente, é mestiça. Mas não se via isso nas passarelas. Hoje isso melhorou.