Se você reparou nas incríveis cabeças/máscaras no desfile da 2ndFloor, então guarde esse nome: Helen Rödel. A designer gaúcha, especializada em tricô e crochê, é pouco conhecida no Brasil, mas vem ganhando projeção internacional – recentemente, ela foi convidada para desfilar na semana de moda da Islândia. “Trabalho o crochê de maneiras diferentes, usando formas ajustadas, fios diferentes, com explosões de cores”, explica.
O portal FFW conversou com ela. Confira:
As cabeças de Helen Rödel no backstage do desfile da 2ndFloor: criadas em crochê, elas tem estrutura de arame por baixo e são feitas com fios naturais © Becky Maynes/FirstView
Como você começou a trabalhar com moda?
Sempre gostei de tricotar, minha mãe sempre fez crochê. Acho essa é a minha função no mundo. Comecei trabalhando com malharia retilínea, mas depois a coisa foi mudando. Montei uma marca e pouco depois um site (www.rodel-la.com/) para mostrar o meu portfólio.
Como foi o convite para fazer as cabeças da 2nd Floor? Quais referências foram apresentadas para esse trabalho?
A [stylist] Lelê Toniazzo me contou da inspiração do desfile, meio Sherlock Holmes, detetive, com muitos trench-coats. Ela me mostrou uma referência de um formando de moda francês da década de 1980 que fez uma cabeça de cavalo inteira num crochê muito tosco. Mas apesar de mal-feita, a estrutura era muito impressionante, ficava claro que era um cavalo.
À esquerda, a designer Helen Rödel. À direta, editorial com modelos da sua marca, a Rödel-La © Acervo FFW
Como essas cabeças foram construídas?
Fiz uma pesquisa enorme de imagens de corujas, morcegos e lobos. Imagine a complexidade da cabeça de um animal, eu não sabia nem por onde começar. As máscaras têm uma estrutura de arame por baixo e a ideia principal é que elas vistam muito bem o rosto. Usei o máximo de fios naturais em suas cores originais para dar essa aparência rústica. Tem lã de ovelha dos Pampas Gaúchos, lã de alpacas do Peru e mohair islandês.
Site oficial: rodel-la.com
Flickr: flickr.com/helenrodel