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    Issey Miyake ganha importante retrospectiva de 45 anos de carreira, em Tóquio
    Issey Miyake ganha importante retrospectiva de 45 anos de carreira, em Tóquio
    POR Redação

    Em comemoração aos 45 anos de carreira de Issey Miyake, o estilista ganha exposição retrospectiva no National Art Center de Tóquio. A mostra, que demorou 10 anos para ficar pronta e foi inaugurada em março, segue até o dia (13.06) contando a importante trajetória de Miyake na moda.

    Estilista essencial da década de 80, Issey Miyake desembarcou na Europa na mesma época que nomes como Rei Kawakubo e Yohji Yamamoto. Juntos, os japoneses promoveram uma revolução dos padrões ocidentais de se vestir, promovendo a desconstrução da silhueta e propondo uma nova abordagem sobre a roupa, ora intencionalmente inacabada mas, diferente do punk, extremamente elaborada no conceito de design, ora arquitetônica, caso de Miyake e seus famosos plissados. Propuseram um olhar intelectual e político, criaram roupas que não acompanhavam, mas criavam novas formas sobre o corpo feminino e marcaram a história da moda para sempre.

    Se hoje a moda é assim, se passou pelo minimalismo dos anos 90, pela influência posterior do design limpo dos escandinavos e belgas, o caminho só foi esse porque esses japoneses chegaram e abalaram – literalmente – Paris.

    Dividida em três partes, a grande mostra abrange a trajetória e as criações do estilista por temas, que vão desde o início da carreira, nos anos 70, até hoje.  Em “The Extraordinary Everyday”, a visão do estilista sobre a criação de roupas adequadas para a vida moderna e acessíveis a um número maior de pessoas é enfatizada, de maneira que mostra como ele fez isso incorporando inovação criativa e praticidade. Um dos melhores exemplos é o movimento  “Pleats, Please”, que começou com algumas peças na coleção de Verão 1989 e ganhou força em 1993, e é representado pela máquina que não usava linhas, costuras ou agulhas para plissar tecidos. O calor era chave para moldar os primeiros testes em poliéster. “Plissar é um dos métodos mais antigos da humanidade para fazer roupas que se adaptam ao corpo e Miyake conseguiu fazer uma metamorfose moderna dos plissados, de modo que eles sejam confortáveis e práticos (sem contar o quanto o cuidado das peças é fácil) “, afirma Yayoi Motohasi, curadora do National Art Center, à revista “anOther”.

     

    issey tattoos

    As tatuagens de Issey na coleção de Verão 1971 ©Reprodução

    A relação entre as mais novas tecnologias e a tradição japonesa ganha destaque na parte da exposição intitulada “Design as Discovery”. A “A-POC”, técnica que produz roupas a partir de uma única e imensa peça de tecido, traz as primeiras roupas feitas com base no modelo. Com o tempo, o “A-POC” foi sendo usado na construção de coleções emblemáticas como a “Pleats, Please”, hoje inteiramente feita através do modelo.

    Por último a seção “Collaborative Harmony” revela as colaborações entre Issey Miyake e diversos artistas, além de mostrar a qualidade artística da obra de Miyake em si. A lista inclui do artista japonês Tadanori Yokoo e do designer gráfico (também japonês) Ikko Tanaka ao fotógrafo Irving Penn. Miyake e Penn se conheceram em 1983, durante uma sessão de fotos para a revista “Vogue” americana. A partir do primeiro encontro, Penn foi escalado pelos próximos 13 anos para fotografar as coleções de Prêt-a-Porter de Issey Miyake.

     

    A máquina de plissar de Issey Miyake ©Reprodução

    A máquina de plissar de Issey Miyake ©Reprodução

    Entre os highlights da exibição, manequins esculturais como a de Verão 1971, que trouxe uma mensagem de liberdade imprimindo tatuagens a roupas  numa época em que os desenhos no corpo eram vistos com extremo preconceito. Ou mesmo a de Verão 1981, que revelou a parceria de Issey com o artista japonês Shochikudo Kosuge para desenvolver peças que fossem “leves como o ar”.

    Confira na galeria um passeio pela exposição que vai até o dia 13.06 no National Art Center de Tóquio.

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