Um dos expoentes da cena eletrônica atual, o produtor americano Nicolas Jaar lançou de surpresa seu novo álbum este mês e quase passou despercebido. Não por ter desagradado ou por ser indigno de atenção – muito pelo contrário. É que ele lançou 2012-2017 com 10 faixas inéditas sob o selo de sua própria gravadora, Other People (a mesma de nomes como William Basinski, Lucrecia Dalt e Lydia Lunch) assinado com o pseudônimo A.A.L. (Against All Logic).
Na verdade, Jaar, que foi um dos headliners do festival holandês Dekmantel ano passado no Brasil, já havia dado pistas sobre sua predileção à sigla A.A.L. em entrevista à Crack Magazine em 2017. “Against All Logic é muito o meu lema”, disse. “Eu gosto de questionar por que determinados sons não podem se juntar, indo contra àquilo que parece fazer sentido. Acho que isso me permite ser mais criativo. Me interesso mais pelo caos do que a coesão, algo que acredito que seja mais realista”.
Não é de hoje que o americano de 28 anos usa pseudônimos em sua carreira. “Eu vejo coisas como Against All Logic como uma continuação disso”, explica. “Sempre acho engraçado quando lanço algo e leio coisas do tipo: ‘é o primeiro single de Nicolas Jaar em anos’, já que sempre lanço trabalhos com nomes diferentes”. Um ano depois da entrevista, Jaar entregou o jogo com o lançamento de seu álbum, pois, como o próprio nome diz, é um compilado de músicas que ele produziu entre 2012 e 2017. A faixa Such a Bad Way, por exemplo, sexta do disco, contém samples de I Am God (2013), de Kanye West.
O último trabalho que leva seu nome foi o elogiado Sirens, lançado em 2016 (com uma versão deluxe no ano seguinte) cujas músicas compuseram a maior parte do seu set no show do Brasil.
2012-2017 já está disponível no Spotify, ouça abaixo: