Masculinidades: Libertação Através da Fotografia é uma exposição que examina representações de masculinidade por trás das lentes, reunindo o trabalho de mais de 50 artistas, fotógrafos e cineastas, incluindo Laurie Anderson, Sunil Gupta, Isaac Julien e Catherine Opie. A mostra foi organizada pelo Barbican, em Londres, para acontecer entre março e maio, mas precisou ser adiada por conta do fechamento do espaço cultural.
A ideia de explorar as diversas facetas masculinas veio na sequência do movimento #MeToo, quando a imagem da masculinidade tóxica tornou-se mais nítida, mas a mostra vai além e traz representações muitas vezes complexas e às vezes contraditórias das masculinidades, e como elas se desenvolvem e evoluem ao longo do tempo, abordando temas como poder, patriarcado, identidade queer, percepções femininas dos homens, estereótipos hipermasculinos, ternura e família.
A definição de masculinidade pode agora estar em um estado de fluxo, mas ao longo da história, ela assumiu várias formas, do fluido ao vulnerável e ao estereotipado, o que certamente contribuiu para a maneira como os homens são vistos na sociedade.
Em algumas fotos queer dos anos 60 e 70 podemos ver traços de celebridades de hoje, como Harry Styles, que (com a ajuda de seus stylist) se transformou em um exemplo da masculinidade moderna, sexy e delicada. No hip hop, que já foi (ou ainda é) um ambiente homofóbico, Tyler The Creator tornou-se um dos artistas queer mais respeitados da atualidade, usando perucas e ternos coloridos.
Os retratos antiquados da masculinidade e as figuras tóxicas que os ajudam a criá-los estão lentamente saindo em favor de uma nova maneira de pensar. A exposição reúne quase 60 anos de material, mas poderia também ter incluído fotógrafos da nova geração que agregam com suas noções subvertidas de beleza, como Tyler Mitchell e Quil Lemons, que abordam o tema a partir da fluidez. Mas talvez esse seja assunto para uma outra exposição.