Foi cercado de expectativas, de amigos e de peças do seu acervo histórico, que Alexandre Herchcovitch fez sua triunfal volta à marca que leva seu nome, depois de 7 anos distante com uma coleção que faz um balanço preciso entre o quiet luxury e o street couture.
O desfile da coleção de inverno 23 (que chega às lojas no próximo ano) aconteceu num estúdio de TV onde araras flutuantes expunham peças das coleções antigas do estilista, desde o seu primeiro desfile, de 1993 até o último, em 2015, cercando a apresentação de uma atmosfera de nostalgia.
Mas a nostalgia parou por aí. Na novíssima coleção dessa nova fase da marca, Alexandre faz um interessante jogo entre suas principais assinaturas onde o sexy dark e fetichista, as estampas de caveiras, a alfaiataria desconstruída encontram o streetwear da geração Z. É interessante observar a curiosidade de Alexandre sobre como sua marca vai encontrar essa geração que conhece mais o estilista pelo trabalho à frente da marca À La Garçonne do que para sua própria marca.
Entre os momentos mais marcantes da coleção estão o casaco preto em vinil com abertura frontal mangas bufantes arrematado por laçarote no pescoço de Amira; a brilhante cartela de cores do bloco street e o look de top de látex (sim, ele não poderia faltar nessa re-estreia) combinado com calça de alfaiataria de cintura de elástico desfilado por Marina Dias, uma das musas de Alexandre presentes no casting ao lado de Isabeli Fontana, Luciana Curtis e Geanine Marques, que encerrou o desfile.
Na entrada final era possível notar a emoção no rosto de Alexandre, que volta para ocupar um lugar que nunca deveria ter deixado.