O desfile Parangaba, estreia da David Lee na SPFW, é mais perfeita definição do termo glocal (global + local) . O designer cearense, que completa 10 anos de carreira na moda, mistura suas influências locais, como as feiras de Fortaleza – tema dessa coleção, e códigos da moda urbana global.
Habilidosamente, Lee faz o crochê mais contemporâneo que você verá. Ele pesponta as bordas e barras de um trench coat despojado (e muito cool), faz shorts vazados ultra curtos e conjuntos de camisa e calças com padrões de listras coloridas em referência as sacolas tradicionais de feira, conhecidas do norte ao sul do Brasil. A cambraia e a laise, tradicionais do artesanato nordestino, ganham frescor em camisas com shapes oversized, objeto de desejo imediato.
Já na Praia do Futuro de David Lee, seus garotos surfistas vestem boardshorts combinados a leggings prateadas e bucket hats com longas faixas e os ambulantes trench coats utilitários adornados por várias bolsas acopladas.
David ainda injeta humor e irreverência ao brincar com os falsificados (ou dupes, como gosta sua geração) na estampa de capa de cd de coletânea de música pop Lee Summer Hits e nas camisas de futebol com brasões de clubes fictícios como o Mucuripe e o Lee Futebol Clube que estampam o terno desfilado pelo rapper cearense Don L.
Se tem um lugar que queremos ir agora é na feira frequentada por David Lee, que com sua belíssima estreia na semana de moda paulistana, marca de vez seu lugar no cenário da moda jovem e urbana brasileira. E esse é só o começo do que ele tem a ofertar.