Tudo o que você precisa saber sobre a Shanghai Fashion Week VERÃO 24
Sob o tema “Sinergia”, a edição focou em sustentabilidade e internacionalização das marcas chinesas.
Tudo o que você precisa saber sobre a Shanghai Fashion Week VERÃO 24
Sob o tema “Sinergia”, a edição focou em sustentabilidade e internacionalização das marcas chinesas.
Para quem pensava que a maratona dos desfiles internacionais já havia acabado e que nenhuma novidade apareceria, a Shanghai Fashion Week verão 24 provou o contrário. A edição que se encerrou ontem (16), após 9 dias de duração, marca um novo capítulo para a moda chinesa que agora quer internacionalizar suas marcas e designers e conquistar novos mercados. Se os chineses hoje são conhecidos por serem o maior consumidor da moda européia, agora eles querem exportar suas marcas e criadores locais para o mundo.
O tema do evento foi Sinergia, referindo-se às conexões entre as comunidades da moda nacionais e internacionais e à ascensão da moda chinesa no cenário mundial, com destaque para a celebração do estilo tradicional chinês em inúmeros desfiles e para a apresentação de novas marcas locais.
Os quase 100 desfiles aconteceram em meio a uma nova experiência com foco total no cliente final, chamada Fashion Carnival, que contou com atividades como aulas de skate, exposições de arte e apresentações de música ao vivo realizadas em locais de referência da moda na capital financeira chinesa.
A Labelhood, principal incubadora da China, também aproveitou a oportunidade para destacar os designers emergentes, e o “estilo neo-chinês” também teve espaço importante, com marcas que celebram a estética inspirada na moda tradicional chinesa. Já a marca Comme Moi, da modelo Lu Yan, comemorou seu décimo aniversário com a presença de várias supermodelos da primeira geração da China, incluindo Qu Ying, Ma Yanli, Chun Xiao e Tong Chenjie.
Entre tantas marcas e designers potenciais, nós destacamos abaixo os que mais nos chamaram a atenção na edição de verão 24 da Shanghai Fashion Week.
Xander Zhou
Xander Zhou chama a atenção por olhar para a moda masculina e adicionar personalidade, além de um toque autoral. Ele foi o primeiro chinês a ter uma coleção desfilada na London Fashion Week e possui atualmente mais de 20 lojas espalhadas pela Ásia, Europa, Oriente Médio e América do Norte. No seu desfile da SFW, ele impressionou ao apresentar uma coleção inspirada na Inteligência Artificial, intitulada “Pro A.I.Volution.”. Esta coleção representa o desenvolvimento contínuo das experiências de longa data de Zhou com a estética “tecno-orientalista”.
Clot
A Clot, de Edison Chen, uma das pioneiras do streetwear chinês utilizou apresentação para revelar, de quebra, a nova collab com a adidas. Fundada em 2003, combinando toda a tradicionalidade chinesa com o streetwear contemporâneo, a Clot posteriormente também se transformou na Clottee, uma linha de difusão inspirada na energia das novas gerações.
Mark Gong
Mark Gong foi o designer mais jovem a desfilar uma coleção na New York Fashion Week e sua marca é conhecida por pensar em roupas para a mulher contemporânea. Ele se formou na Parsons em 2018 e se baseou em Shanghai. Inspirado na personagem Samantha Jones, de Sex and the City, Gong apresentou uma coleção totalmente pautada na “mulher nova iorquina trabalhadora”, com ligas, meias, calcinhas e algumas saias de chiffon atraentes, além de uma alfaiataria elegante, habilmente cortada em couro, lã, tweed e um fantástico tecido vermelho de micro lantejoulas. A apresentação ultra viral, teve um quê de O Diabo Veste Prada, o que atraiu ainda mais olhares.
Shu Shu/Tong
A Shu Shu/Tong é uma marca sediada em Shanghai com foco no estilo feminino com um toque diferente. Fundada por Liushu Lei e Yutong Jiang em 2015, ela apresenta mulheres modernas que ousam se expressar usando detalhes descaradamente femininos – babados, laços, bordados. A silhueta tão característica e a alfaiataria impecável são tradição na marca – tanto que já assinou coleções com Asics e vem influenciando marcas ocidentais com o seu olhar girlie weird.
Staffonly
Shimo Zhou e Une Yea criaram a Staffonly em 2015. A atmosfera geek traz uma nova face para a moda masculina tradicional. Os detalhes que compõem esta coleção foram inspirados “nas marcas e hábitos do processo de trabalho”, como Zhou os descreveu. As mochilas superdimensionadas (para todo o trabalho acumulado graças à procrastinação) e aparas de lápis de desenho animado sobre os sapatos chamaram a atenção em meio a looks com pegada preppy.
Oude Waag
Jingwei Yin graduou-se no Royal College of Art e fundou a sua Oude Waag em 2017, após trabalhar com Haider Ackermann e Hussein Chalayan. No desfile apresentado, a suavidade foi a protagonista, com inspiração nas mergulhadoras livres japonesas conhecidas como Ama, que precisam compreender seus próprios corpos para ir mais fundo. “O chiffon esvoaçante traz a sensação de flutuar no fundo do mar enquanto você se move”, disse Yin após o desfile, explicando que os muitos nós que ele empregou como pontos focais em seus drapeados e como detalhes sinuosos em suas peças sob medida foram modelados nos formatos de conchas de abalone e nas torções de pérolas naturais.
CPlus Series
A CPlus Series, de C.T. Liu teve origem em 2018, na NYFW. A marca do taiwanês possui um senso de urbanismo profundamente enraizado. As roupas de Liu são feitas para serem usadas na rua e ficam visivelmente melhores em movimento do que na tela – ele inclusive possui graduação em cinema. O intuito nesta temporada, como ele afirmou, foi transmitir a sensação de voltar do trabalho para casa depois de um longo dia. O jeans estava presente na grande maioria das peças, com cós assimétrico, maxi saias e até mini tops.
Le Fame
Finalmente, a Le Fame é uma marca com sede em Shanghai que abraça a feminilidade e, ao fazê-lo, cria roupas que atendem à forma física das mulheres. Os formatos de sereia, vestidos longos, capas e alguns modelos de capuzes marcaram a coleção, que trouxe ainda maxi acessórios, pérolas e veludo. Sexy e glam, para as que amam sonhar com um momento red carpet.