FKA Twigs cria clone digital para interagir em suas redes e se diz preocupada com a Inteligência Artificial
A artista britânica foi até o Senado americano explicar a decisão e relatar os problemas gerados pelo uso de IA na música sem uma legislação que a proteja da aplicação indevida da ferramenta.
A artista britânica foi até o Senado americano explicar a decisão e relatar os problemas gerados pelo uso de IA na música sem uma legislação que a proteja da aplicação indevida da ferramenta.
FKA Twigs cria clone digital para interagir em suas redes e se diz preocupada com a Inteligência Artificial
A artista britânica foi até o Senado americano explicar a decisão e relatar os problemas gerados pelo uso de IA na música sem uma legislação que a proteja da aplicação indevida da ferramenta.
A artista britânica foi até o Senado americano explicar a decisão e relatar os problemas gerados pelo uso de IA na música sem uma legislação que a proteja da aplicação indevida da ferramenta.
Na última terça-feira (30/04), a cantora e dançarina britânica FKA Twigs foi a um subcomitê do Judiciário do Senado dos EUA falar sobre sua experiência e os perigos do uso de IA por artistas e celebridades. A artista, que admitiu ter criado seu próprio clone digital para lidar com suas interações online, enquanto poderia focar 100% na criação de arte e música, revela que mesmo com a decisão, não acredita que todos deveriam ter permissão para usar sua voz ou face sem seu consentimento.
“No ano passado, desenvolvi minha própria versão deepfake de mim mesma, que não é apenas treinada com minha personalidade, mas também pode usar meu tom de voz exato para falar vários idiomas”, disse ela. “Isto, no entanto, está tudo sob meu controle e posso conceder ou recusar consentimento de uma forma que seja significativa. O que não é aceitável é quando a minha arte e a minha identidade podem simplesmente ser tomadas por terceiros e exploradas falsamente para seu próprio ganho sem o meu consentimento, devido à ausência de controle legislativo apropriado’’, acrescentou a cantora.
O que é deepfake?
O deepfake é uma imagem criada por inteligência artificial que permite a sobreposição de rostos e vozes em vídeos. Dessa forma, mesmo que criada por IA, a sincronização dos lábios e expressões faciais faz com que a imagem digitalizada seja muito semelhante a uma pessoa real. No entanto, existem diversos tipos de criações por deepfakes, como textos – com exemplo de Chat GPT – perfis em redes sociais, voz, e até mesmo, o ‘‘deepfake em tempo real’’, utilizado para burlar sites que usam biometria facial.
As ameaças para a indústria da música
No testemunho, Twigs relata também a presença desses deepfakes já presentes no mundo digital: “Existem músicas online – colaborações comigo e com outros artistas – que eu não fiz. Isso faz eu me sentir vulnerável porque, antes de tudo, como artista, o que adoro no que faço é que sou muito precisa. Demoro muito tempo com as coisas [que produzo] e tenho muito orgulho do meu trabalho. Então, o fato de alguém poder pegar minha voz, mudar letras, mudar mensagens, talvez trabalhar com um artista com quem eu não queria trabalhar, ou talvez trabalhar com um artista com quem eu queria trabalhar e agora a surpresa está arruinada – isso realmente me deixa muito vulnerável”.
O uso de IA para personificar vozes e imagens de cantores e rappers conhecidos tem crescido muito no último ano. Na quarta-feira, um grupo de parlamentares do Reino Unido publicou um relatório sugerindo que músicos e outras celebridades deveriam ser protegidos por uma lei que proibiria deepfakes gerados por IA no Reino Unido.
Em resposta, um porta-voz do governo disse: “Estamos empenhados em ajudar os artistas e as indústrias criativas a trabalhar com o setor da IA para aproveitar as oportunidades que esta tecnologia oferece e garantir que a nossa música possa continuar a ser apreciada em todo o mundo’’.
Em atualização sobre o uso de deepfake, o governo já prometeu que a criação de imagens falsas sexualmente explícitas será considerada crime na Inglaterra e no País de Gales, mas ainda não divulgou uma resposta oficial sobre o uso do mesmo dentro da indústria da música.