Tudo novo de novo na #Prada – ou nem tão novo assim para os fãs com boa memória. No desfile de hoje (16.06) tudo parecia meio encolhido, diminuído, subtraído, bem esquisito, ou seja, muito Prada, por mais que ao longo da apresentação ficasse nítido o dedo de Raf, como nas camisetas com prints do artista Bernard Buffet.
Sabemos a dupla anda obcecada por realidade, a palavra-chave guiou também essa coleção: “o poder da realidade, num mundo imaginário”, introduz o release-manifesto. Prato cheio para quem adora os easter eggs da marca italiana. A casa, o acolhimento e a vida outdoor continuam também sendo pauta.
A silhueta é estranhamente 1990, meio auto-referente e com algumas experimentações aqui e ali. Franzidos com arames que revelam a pele, suéteres quase cropped, mangas quase 3/4, silhueta ora alongada, ora fragmentada. O homem Prada soa um tanto nostálgico e lúdico, em alguns momentos beira ao infantil.
Há ainda uma série de brincadeiras que entregam esse desejo: como os cintos que na verdade são bordados e nas golas destacadas na própria malha em tom contrastante, meio ilusão de ótica. Os hoodies de couro são ultra desejáveis, enquanto os zíperes adicionam um certo ineditismo. Curioso também foram os sapatos bem flats, quase sapatilhas. Miuccia estaria decretando a morte dos chuncky shoes?
Essa vontade (ou seria saudade?) da juventude foi, sem dúvidas, o fio condutor da vez.