Você também faz rodízio de streaming?
Para contornar os altos valores e restrição de geolocalizador de plataformas de streaming, consumidores têm entrado num looping de assinatura e cancelamento para maratonar conteúdos.
Você também faz rodízio de streaming?
Para contornar os altos valores e restrição de geolocalizador de plataformas de streaming, consumidores têm entrado num looping de assinatura e cancelamento para maratonar conteúdos.
Cada dia está mais complicado acompanhar as séries e filmes do momento, não só pela quantidade de produções lançadas semanalmente, mas também por cada produção fazer parte do catálogo exclusivo uma plataforma de streaming diferente, que por sua vez tem aumentando seus preços pouco a pouco. A solução? Alguns usuários têm optado por fazer uma prática não tão óbvia, mas que tem funcionado para economizar: o rodízio de streamings. Funciona da seguinte maneira, elas assinam uma plataforma por um curto período de tempo apenas para assistir ao conteúdo desejado e, em seguida, cancelam a assinatura, partindo para a próxima.
É o caso de Layra Santana, relações públicas. O aumento vertiginoso de mensalidades e a impossibilidade de dividir com amigos, fizeram com que ela começasse a aderir ao movimento: “Eu costumava dividir senhas com amigos e cada um pagava uma plataforma diferente. Até que um dia eu abri um desses streamings e percebi que não tinha mais como dividir a senha por estar em casas diferentes. Não tive outra escolha senão selecionar o que assistir e quando assistir”, contou ela.
A crescente diversidade de conteúdo exclusivo em diferentes serviços, aliada à falta de opções mais flexíveis, como pacotes ou assinaturas integradas, está afastando o público. No último ano, a Disney Plus e a Netflix começaram a criar barreiras para compartilhamentos de senha e Max (ex-HBO) deve entrar nesse movimento no próximo ano. Para contornar aqueles que reclamam dos altos preços, eles têm lançado planos com valores mais baixos, mas com propaganda, mas isso ainda não tem sido suficiente para persuadir pessoas a ficarem. “Às vezes, assino um serviço de streaming só para assistir uma série específica e cancelo logo depois. Como custa no mínimo R$55 por mês e não uso com frequência, prefiro fazer isso do que deixar a assinatura ativa sem aproveitar”, explica a publicitária Barbara Argolo, que vê que assinar parte dos pacotes hoje pode comprometer sua renda
Pensando em manter esses clientes, algumas empresas oferecem assinaturas combinadas com outros serviços, como o Mercado Livre que tem uma parceria com a Max e a Amazon Prime, que tem plataforma de streaming de música, livros e audiovisual, além dos descontos em frete e produtos. Outras, ainda, podem explorar modelos mais acessíveis, como a venda ou locação avulsa de conteúdo, inspirada nos antigos serviços do Terra e no atual modelo do YouTube, em que se compra a exibição eterna do programa ou por um mês.
Esse comportamento não é apenas loca, mas global. De acordo com o jornal The New York Times, mais de 29 milhões — cerca de um quarto dos assinantes domésticos de streaming pagos — cancelaram três ou mais serviços nos últimos dois anos. Por aqui, a Hibou, responsável por pesquisas de mercado, revelou que seis em cada dez brasileiros já cancelaram algum serviço de streaming, com a taxa de cancelamentos registrando um aumento de 6% entre 2022 e 2023.
Também tem crescido o compartilhamento de vídeos armazenados em drives pessoais e a circulação de filmes gravados diretamente no cinema, prática que parecia estar em desuso, mas que ainda é bem recorrente quando se trata de filmes que chegam ao mainstream com força, como Barbie, Oppenheimer e Joker 2. Por ora, a batalha das plataformas para reter a audiência se mostra cada vez mais desafiadora. Enquanto o público busca um equilíbrio entre conteúdo de qualidade e preços acessíveis, as empresas enfrentam a pressão de ajustar suas estratégias de cobrança para garantir a sustentabilidade dos serviços e a competitividade.