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    Como lidar com bloqueio criativo? Criativos respondem!

    Convidamos criativos de diferentes atuações para compartilhar como enfrentam um dos momentos mais angustiantes do criar: o bloqueio. 

    Como lidar com bloqueio criativo? Criativos respondem!

    Convidamos criativos de diferentes atuações para compartilhar como enfrentam um dos momentos mais angustiantes do criar: o bloqueio. 

    POR Gabriel Fusari

    Quem gosta de pôr a mão na massa e mergulhar no trabalho criativo já passou por aqueles dias em que o bloqueio toma conta de tudo e, mesmo tentando, a ideia não vem. Os motivos são inúmeros: excesso de telas, de trabalho e de informações no nosso cotidiano. O desafio maior é sair desse looping de seca criativa que, muitas vezes, parece missão quase impossível.

    Mas, no final do dia, não há escolha senão enfrentar esse monstro e tirar leite de pedra. E como nenhuma experiência é individual, chamamos alguns nomes que trabalham intimamente com processo criativo para compartilhar como eles dão a volta por cima na hora de criar. Confira a seguir os depoimentos. 

    Antônio Castro (designer da Foz)

    Eu acho que a criatividade é como um músculo que a gente precisa aprender a exercitar e esse exercício acontece através de aquisição de repertório. Muitas vezes eu me sinto refém das minhas próprias ideias, mas a gente precisa aprender a trazer isso para um lugar de consciência e entender que, como designer, a criatividade está sempre em função de algo, seja de cliente, seja de um prazo de entrega. Acho que pensar de forma mais prática ajuda a desmistificar essa relação.

     

    Duda Beat (cantora e produtora)

    Normalmente, quando eu tenho um bloqueio criativo, eu costumo meditar um pouco, respirar, ficar em silêncio, me conectar com a natureza, me conectar comigo. Eu acho que é a melhor forma da gente colocar para fora as coisas que estão dentro da nossa cabeça escondidas.

     

    Tom Barreto (fotógrafo)

    Quando enfrento um bloqueio criativo, procuro mudar de ambiente e buscar estímulos diferentes. Viajar, seja para o interior de São Paulo, como Taubaté, minha cidade natal, ou para novos lugares, me ajuda a desacelerar e renovar a energia. Explorar equipamentos fora do meu usual e estar em contato com a cultura, em conversas ou no dia a dia, também me reconecta com minha essência criativa. Acredito que o bloqueio faz parte do processo, e respeitar esse tempo é essencial para voltar com um olhar fresco e novas ideias.

     

    Maika Mano (stylist)

    Eu tento sempre me desconectar, por um momento, do processo criativo. Busco pensar e fazer outras coisas que não estejam relacionadas ao meu trabalho. Respirar outros ares me possibilita me reconectar com a minha criatividade, sabe ? Acho extremamente necessário priorizar as experiências da minha vida pessoal para que eu possa ter uma mente saudável e continuar sendo um profissional criativo.

     

    Walério Araújo (designer)

    Prefiro deixar fluir, observar o que está ao meu redor, porque muitas vezes a inspiração está diante dos nossos olhos, mas não percebemos. Também procuro reaproveitar elementos do último desfile, desdobrando-os para uma nova história, sem perder a essência e a identidade da marca, do criador e, claro, do cliente final. O desafio é manter os clientes atuais e, ao mesmo tempo, atrair novos.

     

    Letícia Ribeiro (diretora de cena)

    Estou constantemente “recheando” minhas gavetas de referências para quando precisar de algo, poder abri-las e sempre encontrar uma ferramenta visual que funcione. Pesquisa é essencial. Quando sinto essas “travas” geralmente leio como um sinal: ou de sobrecarga, ou de que aquele trabalho não está tão alinhado com o lugar onde minhas ideias fluem melhor. Muitas vezes não é possível escolher e o trabalho só precisa ser entregue, afinal, boletos; então o que funciona pra mim é dar aquela boa arejada: sair das telas, respirar, nem que seja pra um café, e voltar. Geralmente eu volto com um novo olhar, ou pelo menos com mais força pra fazer acontecer.

     

    Nídia Aranha (artista e diretora criativa)

    O bloqueio criativo, para mim, é um sintoma individual. Meu processo está no encontro com outros sintomas e surge na crença em um trabalho criativo fundamentalmente coletivo. Quando as ideias atravessam diferentes corpos e mentes, elas ganham novas modulações, criando um fluxo dinâmico que dificulta a estagnação do processo por esgotamento de um único indivíduo. Zonas de desconforto geram novos estímulos e conexões e isso me tira de uma estabilidade/estagnação no criar.

     

    Hisan Silva e Pedro Batalha (designers da Dendezeiro)

    A gente vive momentos de bloqueio criativo o tempo todo, porque isso faz parte da rotina do artista. Estamos sempre pesquisando, todos os dias. E vivemos em uma era de excesso de informação. A maneira de subverter esse excesso, que muitas vezes nos bloqueia, é desacelerando. Parar tudo. Sair um pouco. Ir para a rua, viver a vida, ir à praia, dar um passeio. Experimentar coisas novas que abram nossos olhos para referências que já estão ao nosso redor, mas que a gente não percebe porque está sempre com a cabeça cheia.Quanto mais aprendemos a respeitar esse espaço, melhor conseguimos criar, limpar a mente e até refletir sobre o que já fizemos: o que mudaremos, o que manteríamos e o que queremos acrescentar no futuro. Esse processo é fundamental.

     

    Fernando Schlaepfer (diretor de fotografia)

    Não costumo, de imediato, buscar referências no mesmo universo do projeto, porque isso pode ser arriscado. Se for um clipe de trap, por exemplo, não vou assistir a clipes do mesmo gênero para me inspirar. Tento explorar outros caminhos. No caso de música, procuro entender a letra e a ideia por trás dela; às vezes, leio um livro para buscar inspiração. Meu conselho é explorar mídias diferentes da que você quer criar: se está tentando compor, visite uma exposição de arte; se quer desenhar, leia um livro. Pelo menos, isso funciona muito bem para mim.

     

    Felipe Matayoshi (designer da Pace)

    Eu sinto que atravesso esse momento do ”bloqueio criativo” quando começo a analisar as peças de amostra, ou quando faço algum sketch, e não me reconheço, ou seja, não me identifico com o que está na minha frente. Nesse momento vejo que há algo errado ou o bloqueio. Eu não me frustro quando acontece, entendo a situação e enxergo como um alerta para fazer uma introspecção e uma pausa, fico um dia todo sem me envolver com o processo, resolvendo outras coisas, um dia assim para mim basta, para ”limpar”. Após essa ”limpa” eu começo a me exercitar criativamente em outro viés, toco um instrumento musical, no meu caso bateria acústica, toco ritmos do meu gosto pessoal e depois tento tocar algum ritmo diferente do que eu tenho costume, faço outros exercícios criativos junto e depois desses rituais, volto para as tarefas que necessitam da minha assinatura criativa. Acho que esses momentos vem justamente pra isso, para nos atentar a criar com profundidade e significado.

     

    Fernando Nogari (diretor de cinema)

    Pra mim, a maneira mais fácil de sair de um bloqueio é sair e dar uma volta a pé, pra qualquer lugar que seja. Eu também adoro ir a museus ou galerias quando isso acontece. Nem pesquiso o que está sendo exibido, só vou e descubro na hora. Acho que mergulhar no inconsciente de outros processos ajuda. Adoro sair dessas visitas num hiperfoco – alguma coisa lá me leva pra outra coisa, que me leva pra outra coisa. Mas também ir e sentar em um café pode ser uma boa… Um café ou uma dessas lanchonetes de esquina com um bloquinho de notas.  Também adoro tirar um tempo do ano para me isolar, quando consigo. Ir pro meio do nada— lidar com a solidão, o tédio e o silêncio. 

     

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