Uma camisa azul, uma calça cáqui, um mero moletom… Jonathan sabe transformar a mais trivial das peças em algo rebuscado – leia-se como um elogio, não crítica. Ele faz uma série de exercícios, retrabalha modelagens, amplia, diminui, insere as mais inesperadas texturas. Mas se antes ele colocava um toque infantil, com elementos que remetiam a games, cartoons e brinquedos, dessa vez idealizou um outro período, ainda jovem, porém com outros códigos.
O desfile da loewe teve um quê college: mochilas nas costas, suéteres coloridos, meias grossas com listras, tênis, calças meio jogging misturadas com peças menos casuais e muito, muito jeans – já falamos na sua onipresença nas passarelas depois de um tempo deixado de lado. Um desejo latente de liberdade e transgressão, mesmo que de forma mais introspectiva, com mãos no bolso e passos tímidos. Jonathan revelou que as meias eram acopladas aos tênis, assim como alguns dos tênis acoplados as calças se tornando uma peça só: “uma extensão, uma espécie de colagem”.
O artista texano Richard Hawkins, conhecido por telas vibrantes que misturam elementos bem gráficos com figurativos, foi o convidado para assinar o cenário e, claro, as estampas que aparecem em jacquards de calças, casacos e tricôs. É como se aquele garoto estivesse indo ou voltando da aula de artes e suas ideias também fossem transmitidas nas suas roupas – expressão para além da oral e literal; algo que Jonathan sabe fazer como poucos.