Quando a Louis Vuitton surgiu em 1854, o ato de viajar era ainda algo recente, pelo menos como entendemos hoje – sinônimo de férias, diversão e conforto. Quase 200 anos depois, agora olhamos o ato de viajar como algo recorrente e onipresente. Nicholas Ghesquiere tem isso em mente, provavelmente, mas propõem outras viagens que não apenas destinos exclusivos ou desejados.
Quando olhamos para seus desfiles na LV, percebemos que Nicholas propõem viagens para principalmente para o espaço tempo, ele segue obstinado pelo futuro distópico que idealizamos desde os anos 1980, em que o retrofuturismo é uma fonte inesgotável de referência para ele.
Entre cardigãs com ombros opulentos, ele deu uma suavizada: bodies de tricô, volumes mais comedidos e, claro, bolsas que são os verdadeiros hits da Vuitton, independente da temporada – especialmente a Speedy e recém-lançada LV Biker, grande aposta da casa. A bolsa usada por Mica no encerramento do desfile com formato das luminárias de Paris ilustra bem essa forma de brincar com o imaginário dos clientes e remeter à Cidade Luz. Enquanto os sapatos bem bold parecem ter visitado outros planetas antes de chegar ao nosso.