Quem já viu alguma exposição do teamLab sabe que o grupo promove imersões inesquecíveis através de suas instalações digitais gigantes. O teamLab é um coletivo de arte baseado no Japão e formado por um grupo de especialistas de diversos backgrounds, como programadores, artistas, animadores, engenheiros, matemáticos e arquitetos. Todas essas profissões juntas torna possível a criação e a execução de grandes experiências visuais e sensoriais que navegam pela arte, ciência, tecnologia, design e natureza.
Uma vez liberada da substância material, a arte digital permite que nossos corpos fiquem mais imersos na arte do que antes. A tecnologia digital permitiu que a arte se libertasse dos limites físicos e eles sabem explorar isso melhor do que ninguém, criando experiências visualmente espetaculares. “O teamLab não vê limites entre os seres humanos e a natureza e entre si e o mundo; um está no outro e o outro em um. Tudo existe numa longa, frágil, porém miraculosa, continuidade – sem fronteiras – da vida”, dizem em seu site.
A maior parte das instalações são exibidas na Ásia, mas há trabalhos permanentes deles espalhados pelo mundo, em cidades como São Francisco (Asian Art Museum), Nova York (Asia Society Museum), Sidney (New South Wales), Istanbul (Borusan Contemporary Art Collection), Helsinki (Amos Rex) e Melbourne (National Gallery of Victoria).
Abaixo, selecionamos algumas das instalações em cartaz – ou ainda por estrear – com textos explicativos do próprio teamLab. Mesmo através de fotos e vídeos já é possível mergulhar nesse universo onde a mágica parece existir.
Born From the Darkness a Loving, and Beautiful World
Por trás do mundo projetado, há um espaço de 360 graus coordenado por computador. Os objetos que nascem dos personagens são colocados em várias posições dentro desse espaço, e as influências físicas e conexões entre os objetos são calculadas em tempo real, produzindo um mundo complexo e natural. Quando uma pessoa se aproxima de um personagem, o mundo que esse personagem incorpora aparecerá e um novo mundo será criado. Por exemplo, se o vento soprar, os objetos estarão sujeitos à sua influência física. Borboletas são assustadas pelo fogo, mas atraídas por flores. Assim como na natureza, não há dois momentos repetidos. Novos mundos visuais estão sendo constantemente criados.
Em cartaz até 16.06 em Hyogo, no Japão.
O parque Mifuneyama Rakuen, de 500.000 metros quadrados, foi criado em 1845. Sentado na fronteira do parque está a famosa árvore sagrada Okusu, de 3 mil anos, do Santuário Takeo. Sabendo o significado disso, seus antepassados transformaram uma parte dessa floresta em um jardim. A fronteira entre o jardim e a mata selvagem é ambígua e, quando vagueiam pelo jardim, sem perceber, as pessoas se encontrarão entrando nos bosques e nas trilhas de animais. Há 1.300 anos, o famoso sacerdote Gyoki chegou a Mifuneyama e esculpiu figuras de Buda dentro das cavernas, que ainda hoje permanecem.
Perdidos na natureza, onde as fronteiras entre o jardim artificial e a floresta
não são claras, somos capazes de sentir que existimos em um relacionamento contínuo
e sem fronteiras entre a natureza e os seres humanos. É por esta razão que o teamLab
decidiu criar uma exposição neste vasto espaço labiríntico, para que as pessoas se
percam e mergulhem na exposição e na natureza.
O conceito do projeto é que a tecnologia digital não material pode transformar a natureza em arte sem prejudicá-la.
Fica de julho a outubro no Mifuneyama Rakuen, Takeo Hot Springs, Kyushu, Japão.
A exposição tem quatro espaços enormes que mostram sete instalações imersivas. O público entra descalço, caminha pela água, mergulhando em um universo de luz e efeitos visuais.
Em cartaz até o inverno de 2020 em Tóquio.
Uma enorme cascata foi montada no interior do espaço cultural The Tank, em Xangai. A água é representada por um grupo contínuo de milhões de partículas de água. A interação entre as partículas é calculada e, em seguida, as linhas são desenhadas em relação ao comportamento dessas partículas de água. As linhas são “achatadas” usando o que o teamLab considera como espaço ultrassensível.
Quando as pessoas ficam em pé ou tocam a cachoeira, elas obstruem o fluxo de água
como uma rocha que muda o fluxo da água. Ele continua a se transformar devido à interação das pessoas e os estados visuais anteriores nunca são replicados e nunca voltarão a ocorrer. Em outros espaços, os visitantes passam por flores desabrochando ou por uma projeção de ondas que se conectam para vira um corpo de água único e ininterrupto.
Até 24 de agosto no The Tank, em Xangai.