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    Abram alas para elas: As musas da história do Carnaval brasileiro

    Das pioneiras às estrelas atuais da avenida, um olhar sobre a força feminina que moldou a festa mais popular do Brasil.

    Abram alas para elas: As musas da história do Carnaval brasileiro

    Das pioneiras às estrelas atuais da avenida, um olhar sobre a força feminina que moldou a festa mais popular do Brasil.

    POR Laura Budin

    O Carnaval brasileiro, reconhecido como uma das maiores manifestações culturais do planeta, foi moldado ao longo dos séculos pela influência afro-brasileira. No início, as mulheres eram apenas espectadoras, mas a história da festa foi sendo reescrita. Do papel das “tias” do samba, como Tia Ciata, que transformou sua casa em um refúgio para sambistas, à luta de Carmelita Brasil, que se tornou a primeira mulher a dirigir uma escola de samba, cada avanço foi conquistado com resistência e paixão.

    Foi só no início do século XX, com a fundação das escolas de samba e a ascensão de compositoras como Dona Ivone Lara e Chiquinha Gonzaga, que as mulheres começaram a ter um papel ativo na criação musical e na estrutura da festa. Madrinha Eunice fundou a Lavapés, a escola de samba mais antiga de São Paulo, e Hilda Dias dos Santos ajudou a criar o Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, reafirmando a ancestralidade e a luta da população negra dentro do Carnaval. No imaginário popular, Carmem Miranda eternizou a estética carnavalesca pelo mundo, enquanto Mãe Menininha do Gantois garantiu que as tradições afro-brasileiras fossem preservadas na festa.

    Foi esse legado que abriu caminho para as musas e rainhas de bateria brilharem na avenida. Mais do que rostos exuberantes e performances impecáveis, elas personificam a energia, a elegância e a essência do samba. Dos anos 1970 até os desfiles mais recentes, essas mulheres se tornaram símbolos do Carnaval, transcendendo os limites da Sapucaí e influenciando a moda, a música e a cultura pop.

    Hoje, o FFW revisita as musas e as rainhas de bateria que marcaram a folia, refletindo sobre como a presença delas ajudou a transformar o espetáculo em um evento global.

    Luma de Oliveira

    Criada em Niterói, começou como passista da Portela nos anos 1980, mas foi em 1987, na Caprichosos de Pilares, que cravou seu nome na história da folia, desfilando com os seios à mostra e deixando a Sapucaí em êxtase. Ao longo das décadas, desfilou pela Mangueira, Tradição, Viradouro e Mocidade, protagonizando momentos icônicos – da coleira com o nome de Eike Batista ao joelho na avenida em 2001.

    Luiza Brunet

    Sua estreia na folia aconteceu em 1981, ao aceitar um convite de Joãosinho Trinta para desfilar na Beija-Flor, mas foi à frente da Portela que seu nome começou a se consolidar — em 1988, desfilou grávida de Yasmin Brunet. Em 1995, assumiu o posto na Imperatriz Leopoldinense, escola onde reinou absoluta até 2012. Em 2017, voltou à Sapucaí como destaque de chão da Imperatriz, e em 2023 foi homenageada pela Portela em seu desfile de centenário, onde desfilou ao lado de Adriane Galisteu e fez um protesto contra a violência doméstica.

    Eloína dos Leopardos

    Em 1976, fez história ao se tornar a primeira rainha de bateria do Brasil, escolhida por Joãozinho Trinta para comandar a Beija-Flor, quando o posto ainda nem existia oficialmente. Carioca do Catumbi, brilhou nos palcos do Rio e de Paris antes de voltar ao Brasil e criar a icônica Noite dos Leopardos, espetáculo que marcou os anos 1980. Com sua presença magnética e elegância inconfundível, tornou-se um símbolo de resistência, arte e liberdade na cultura brasileira.

    Monique Evans

    Monique Evans marcou seu nome na história do Carnaval ao se tornar a primeira rainha de bateria famosa da Marquês de Sapucaí, desfilando à frente da Mocidade Independente de Padre Miguel na inauguração do Sambódromo, em 1984. No ano seguinte, chocou com uma fantasia ousada, usando apenas estrelinhas para cobrir os seios, e voltou a causar em 1987 ao fazer topless na avenida. Além da Mocidade, também reinou na São Clemente, Estácio de Sá — onde foi campeã em 1992 —, União da Ilha e Grande Rio. Em 2014, retornou como destaque no carro abre-alas da Mocidade na celebração dos 30 anos do Sambódromo.

    Luciana Sargentelli

    No desfile campeão da Estácio de Sá em 1992, a passista Luciana Sargentelli marcou seu nome na história do Carnaval quando sambou com tanta entrega que terminou a apresentação com os pés sangrando, em uma cena que comoveu a Sapucaí e a eternizou na folia. Filha de Oswaldo Sargentelli, cresceu imersa na cultura do samba e reinou como rainha de bateria da escola por 12 anos. Mesmo após perder o posto em 1992, seguiu desfilando com a mesma paixão, provando que sua resposta sempre seria na avenida.

    Viviane Araújo

    Com 30 anos de avenida, Viviane Araújo se tornou um dos maiores ícones da folia, acumulando títulos e momentos inesquecíveis. Sua história começou em 1995, aos 20 anos, quando estreou na Beija-Flor graças a um convite inesperado de Milton Cunha. Desde então, ela brilhou em diversas escolas até se consolidar como Rainha de Bateria da Salgueiro, no Rio, e da Mancha Verde, em São Paulo, onde reina há mais de 16 anos.

    Sabrina Sato

    Com um carisma inconfundível e uma energia contagiante, Sabrina Sato construiu uma trajetória sólida no Carnaval, conquistando os títulos de rainha e musa em algumas das maiores escolas de samba do país. Sua estreia aconteceu em 2004, como musa da Gaviões da Fiel, escola que a consagrou como madrinha de bateria em 2010 e rainha em 2018. No Rio, brilhou no Acadêmicos do Salgueiro entre 2005 e 2010, antes de assumir a bateria da Unidos de Vila Isabel de 2011 a 2019, retornando ao cargo em 2021.

    Paolla Oliveira

    A atriz Paolla Oliveira assumiu o posto de rainha de bateria da Grande Rio em 2022 e, desde então, virou queridinha da Sapucaí. Com uma presença magnética e uma dedicação que ia muito além do desfile, Paolla mostrou que não estava ali apenas para sambar – ela mergulhou de cabeça na cultura do Carnaval. Seu momento mais emblemático veio no seu ano de estreia, quando a escola levou o título com um enredo sobre Exu. Agora, em 2025, chega a hora da despedida, e tudo indica que sua última passagem pela avenida será inesquecível.

    Quitéria Chagas

    Criada na Tijuca, estreou na Sapucaí em 1999 e, em 2006, quebrou barreiras ao se tornar rainha de bateria do Império Serrano, em uma época em que o posto era dominado por famosas brancas ou mulheres que pagavam para ocupar o cargo. Ao longo dos anos, desfilou também por Vila Isabel, União da Ilha e Viradouro, mas foi na verde e branco de Madureira que se consagrou. Engajada na valorização das mulheres no samba, lutou contra a comercialização das rainhas de bateria e ajudou a instituir o Dia Nacional da Mulher Sambista.

    Valéria Valenssa

    Valéria Valenssa marcou o Carnaval sendo a primeira Globeleza nos anos 1990. Sua imagem dançando nas vinhetas da Rede Globo, coberta apenas por pinturas corporais, tornou-se símbolo da folia televisiva por mais de uma década. Paralelamente, desfilou por diversas escolas de samba e se consolidou como uma das musas da festa, encerrando sua trajetória como Globeleza em 2006.

    Evelyn Bastos

    Evelyn Bastos é rainha de bateria da Mangueira desde 2013, mas sua relação com a escola vem de berço. Nascida e criada no Morro da Mangueira, desfilou pela primeira vez aos 4 anos na Mangueira do Amanhã e, aos 11, já era passista. Em 2013, assumiu o posto que foi de Gracyanne Barbosa, mantendo a tradição iniciada por sua mãe, Valéria Bastos, rainha da escola nos anos 1980. Formada em História e personal trainer, Evelyn vai além do samba e usa sua visibilidade para falar sobre representatividade negra e o papel da mulher no Carnaval, reforçando a importância da cultura afro-brasileira na festa.

    Raíssa de Oliveira

    Raíssa de Oliveira fez história no Carnaval carioca ao se tornar rainha de bateria da Beija-Flor de Nilópolis aos 12 anos, um feito inédito que marcou sua trajetória na folia. Descoberta em um concurso de passistas mirins, ela assumiu o posto em 2003 e permaneceu à frente da bateria por duas décadas, tornando-se um símbolo da escola e uma referência entre as rainhas do samba. Ao longo dos anos, conquistou prêmios como Melhor Rainha de Bateria e ajudou a escola a alcançar títulos históricos. Em 2022, encerrou sua jornada como rainha da bateria após a Beija-Flor conquistar o vice-campeonato do Grupo Especial.

    Nana Gouvêa

    Nana Gouvêa marcou o Carnaval carioca dos anos 1990 e 2000 como musa e rainha de bateria em uma era em que as capas de revista ditavam o brilho da Avenida. Estreou na Caprichosos de Pilares, onde reinou por quatro anos e, em 1999, protagonizou um dos momentos mais emblemáticos da folia ao desfilar topless pela São Clemente. Também defendeu o pavilhão do Império da Tijuca antes de se despedir da festa em 2009, encerrando uma trajetória que ajudou a redefinir o posto de musa do samba.

    Adele Fátima

    Filha de mãe brasileira e pai alemão e criada no Bafo da Onça, começou a desfilar ainda criança e, anos depois, se tornou a primeira madrinha de bateria do carnaval carioca. Foi destaque na Mocidade, onde brilhou à frente da bateria nos anos 1980, e inspirou Oscar Niemeyer na criação da Apoteose. Além das escolas, reinou em blocos icônicos como o Bola Preta e foi enredo da Banda Amigos da Barra, com samba assinado por Xande de Pilares.

    Camila Silva

    Durante 11 anos, reinou absoluta como rainha de bateria da Vai-Vai, escola mais vitoriosa de São Paulo, antes de levar seu talento para o Rio de Janeiro, onde brilhou à frente da Mocidade Independente de Padre Miguel. Em 2019, trocou o posto de rainha pelo título de musa do Paraíso do Tuiuti e, no ano seguinte, foi coroada rainha do Carnaval carioca, reafirmando seu prestígio na folia.

    Fabia Borges

    Descendente de uma dinastia do carnaval, é filha da icônica porta-bandeira Juju Maravilha e bisneta de Jesuíno Alves, fundador da União de Vaz Lobo. Desde os cinco anos, já sambava ao lado da mãe, e em 1993 fez história ao estrear como rainha de bateria da Unidos da Tijuca, em uma época em que o posto começava a ser tomado por celebridades. Durante 17 anos, desfilou ao lado de sua mãe até sua partida em 1999, ano em que a Tijuca conquistou o título. Depois de 15 anos na escola, seguiu para a Acadêmicos da Rocinha em 2007, onde brilhou até 2010.

    Mayara Lima

    Iniciando sua trajetória aos 10 anos na Aprendizes do Salgueiro, Mayara rapidamente demonstrou seu talento nato para o samba. Aos 14, integrou a ala de passistas do Paraíso do Tuiuti, onde sua paixão e dedicação a levaram, em 2021, ao posto de rainha de bateria da escola. Além de brilhar na Sapucaí, Mayara também compartilha seu conhecimento como professora de samba, ensinando celebridades. Com uma presença cativante e um samba no pé hipnotizante, Mayara Lima é a grande aposta deste Carnaval.

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