Beabadoobee e a reinvenção do grunge no bedroom pop
Com letras confessionais e sonoridade que transita entre o grunge dos anos 1990 e o indie moderno, Beabadoobee redefine a música alternativa para a nova geração.
Beabadoobee e a reinvenção do grunge no bedroom pop
Com letras confessionais e sonoridade que transita entre o grunge dos anos 1990 e o indie moderno, Beabadoobee redefine a música alternativa para a nova geração.
Com mais de 10 milhões de ouvintes mensais no Spotify e hits como ‘‘The Perfect Pair’’ e ‘‘Coffee’’ colecionando milhões de reproduções, Beabadoobee é um nome que não pode ser ignorado. E não é só isso: seu álbum mais recente, ‘‘This Is How Tomorrow Moves’’, não apenas atingiu o topo das paradas britânicas como também consolidou Bea como uma das vozes mais autênticas e multifacetadas da nova geração.
Entre turnês com Taylor Swift e The 1975, colaborações com lendas como Rick Rubin e prêmios que reconhecem seu impacto na indústria, Bea está vivendo seu momento – e ela sabe como fazer isso com um toque de nostalgia e um frescor irresistível. Imagine uma mistura de Fiona Apple, Alanis Morissette e Sonic Youth, com pitadas de bedroom pop e letras que vão direto ao coração. Não é exagero dizer que Beabadoobee é o equivalente musical daquela cena perfeita de um filme indie que você revisita sempre que precisa de inspiração.
Hoje, o FFW apresenta o trabalho de Beabadoobee. E se você ainda não deu play, este é o momento.
Quem é Beabadoobee?
Beatrice Kristi Laus, ou simplesmente Beabadoobee, nasceu em Iloilo, nas Filipinas, em 3 de junho de 2000, e se mudou para Londres aos três anos de idade. Foi na capital britânica, onde cresceu ouvindo música pop filipina e clássicos do rock dos anos 1990, que Bea descobriu sua paixão pela música. Depois de sete anos estudando violino, trocou o arco pelo violão aos 17 anos e começou a compor, inspirada por artistas como Kimya Dawson e pelo icônico soundtrack de Juno. Seu primeiro single, ‘‘Coffee’’, chamou a atenção em 2017 e a levou a assinar com o selo Dirty Hit – gravadora da banda The 1975 -, marcando o início de uma ascensão meteórica.
Desde então, Beabadoobee lançou três álbuns de estúdio: ‘‘Fake It Flowers’’ (2020), aclamado pela crítica; ‘‘Beatopia’’ (2022), que trouxe o hit ‘‘The Perfect Pair’’; e ‘‘This Is How Tomorrow Moves’’ (2024), seu mais recente – e primeiro – a atingir o topo das paradas britânicas. Com uma sonoridade que mescla bedroom pop e influências do grunge e rock alternativo, Beabadoobee se consolidou como uma das vozes mais marcantes da nova geração, colecionando turnês com nomes como Taylor Swift e The 1975, além de prêmios como o Radar Award no NME Awards de 2020.
Uma música para começar
Inspirada por artistas como Alanis Morissette, The Cranberries e Sonic Youth, Bea recria a essência do grunge e do indie-rock com toques de bedroom pop. Para quem quer começar a explorar sua discografia, ‘‘Perfect Pair’’, do álbum ‘‘Beatopia’’ (2022), é uma escolha ideal, com sua melodia cativante e letras reflexivas. Outra recomendação essencial é ‘‘Real Man’’, do aclamado ‘‘This Is How Tomorrow Moves’’ (2024), que traz uma narrativa confessional e uma vibe cinematográfica. Além disso, faixas como ‘‘Apple Cider’’, que captura a essência calorosa e introspectiva do EP ‘‘Loveworm’’, ‘‘Coffee’’, o hit que a colocou no mapa, e outros momentos de ‘‘Patched Up’’ são indispensáveis para mergulhar no universo musical de Beabadoobee.
Álbum para conhecer
O terceiro álbum de Beabadoobee, ‘‘This Is How Tomorrow Moves’’ (2024), foi produzido pelo lendário Rick Rubin no icônico estúdio Shangri-La, em Malibu, e foi descrito por Bea como um ‘‘registro de responsabilidade’’. Durante o processo criativo, Rick Rubin sugeriu que Bea tocasse todas as músicas acusticamente antes da produção, destacando a força das composições em sua essência. Isso ajudou Bea a reconectar-se com sua música e a ganhar mais confiança como compositora.
As faixas exploram temas como crescimento pessoal, aceitação e a beleza de abraçar as próprias imperfeições. Desde o flerte com sons alternativos dos anos 1990 até músicas como ‘‘Take a Bite’’, que mistura referências de Fiona Apple e Incubus, e as épicas ‘‘Beaches’’ e ‘‘Real Man’’, o álbum se torna indispensável para novos fãs – e veteranos – do trabalho de Bea.
Estética
Seus videoclipes, que funcionam como extensões visuais de sua música, eram inicialmente dirigidos por Soren Harrison, com quem Bea compartilhou uma parceria pessoal e criativa que definiu o início de sua carreira visual. Hoje, ela colabora frequentemente com Jake Erland, seu parceiro atual, que trouxe uma nova perspectiva cinematográfica ao trabalho de Bea. Vídeos recentes como “Glue Song”, filmado nas Filipinas e inspirado em suas raízes, e “The Way Things Go”, conhecido por sua execução em plano-sequência e cenários cuidadosamente construídos, são exemplos do compromisso artístico de Bea em criar narrativas visuais que dialoguem diretamente com a música.
Estilo
Na moda, Bea é reconhecida por um estilo que mescla influências do grunge dos anos 1990 com elementos contemporâneos. Entre suas escolhas frequentes estão minissaias, cardigans oversized, tops de alças finas e acessórios como presilhas coloridas, correntes e chokers, que adicionam um toque nostálgico ao visual. Suas transformações capilares, variando de tons pastéis a cores mais naturais como o castanho, refletem sua evolução pessoal e artística.