Mayhem: tudo sobre o novo álbum de Lady Gaga
Ouvimos o sétimo álbum de estúdio e acompanhamos passo a passo desde que a era do LG7 começou. aqui está um resumo de tudo que você precisa saber.
Mayhem: tudo sobre o novo álbum de Lady Gaga
Ouvimos o sétimo álbum de estúdio e acompanhamos passo a passo desde que a era do LG7 começou. aqui está um resumo de tudo que você precisa saber.
Considerado o trabalho mais autêntico e pessoal de Lady Gaga em anos, Mayhem estreou hoje (07.03) depois de meses de espera, deixando seus fãs em polvorosa, ansiosos por um novo álbum desde 2020. Morcegos, luas, tons de roxo combinados com preto e vermelho, sem contar os emojis e os vidros quebrados são os símbolos que compõem a estética de Mayhem (do inglês, Caos), o sétimo álbum de estúdio de Gaga.
Faixas que não se conectam, que representam vários sentimentos, entre eles o de resgate de si mesmo dentro do caos, como a ressurreição de um ídolo pop. Esse foi o primeiro trabalho da cantora que não sofreu um vazamento contínuo – o que deixou os fãs mais do que animados, ansiosos. A música que abriu a era foi o feat com Bruno Mars, “Die With Smile”, uma faixa sem muito propósito, para além do comercial, é claro. Na sequência, as poderosas “Disease” e “Abracadabra” (que já falamos por aqui) levaram os fãs à loucura. Quando foi anunciado, então, seu show gratuito em Copacabana… não tinha mais como segurar. A era Mayhem já havia começado.
A NOVA ERA
Era madrugada no Brasil quando Lady Gaga publicou fotos de sua nova cor de cabelo, castanho escuro, ao sair da Soho House, em Malibu, em agosto do ano passado. Quem conhece bem os artistas pop sabe que isso é sinal de nova era musical se anunciando. Quando o documentário “Chromatica Ball” foi lançado pela HBO, no finalzinho do longa, Lady Gaga anunciou o LG7, como era chamado “Mayhem”, e junto dele, um trecho da música “Shadow of the Men”.
Durante sua estadia em Paris, por conta das Olimpíadas, Lady Gaga mostrou trechos de algumas músicas enquanto se despedia de seus fãs. “Abracadabra” e “Perfect Celebrity” foram as que chamaram a atenção — sendo a primeira, a mais importante do álbum, depois da collab com Bruno Mars. “Perfect Celebrity”, por sua vez, daria o nome do álbum, por falar sobre a idealização da fama pelo astro, fãs, mídia e mercado fonográfico.
SONORIDADE
Combinando batidas eletrônicas com guitarras de rock progressivo, Gaga disse em entrevistas que o álbum tem raízes em músicas alternativas dos anos 90, com influências do techno, do electro e do grunge. E não se assuste se você sentir também uma vibe que remete às melodias de Michael Jackson, David Bowie — e, em especial, a Prince. Afinal, entre as influências que fizeram parte da construção do álbum estão “Purple Rain” do Prince, “Momento Mori” do Depeche Mode e as batidas industriais do francês BFRND.
Os acordes de guitarra, sintetizadores analógicos e a atitude visceral também trazem uma referência do passado, nada estranha e bem familiar aos fãs: os antigos trabalhos de Lady Gaga. Quem é fã lembra da música nunca lançada “Private Audition”, que foi retrabalhada em “Garden of Eden”, a faixa que mais se conecta com o primeiro álbum de Gaga. A faixa é tão especial que foi escolhida para ser o tema da Fórmula 1 na ESPN este ano.
PRODUTORES
Em 2016, antes de lançar “Joanne”, era esperado que Lady Gaga lançasse um álbum dark com influências de rock junto a RedOne. Mas, após conhecer Mark Ronson, ela descartou todo o trabalho anterior e começou a olhar para o country como ponto de partida. Corta para 2024: em uma outra vibe, o mesmo tema engavetado ganhou vida, pelo menos, na estética e em algumas faixas. Gravado em Malibu, no Shangri-La Studio, o lendário estúdio de Rick Rubin, que fica a poucas quadras da casa da artista, o álbum contou com a participação do guitarrista Andrew Watt, do produtor canadense Cirkut e do francês Gesaffelstein — este, sampleado em “Vênus” (Artpop), já era um desejo de colaboração da cantora. Além deles, Michael Polansky, o noivo de Lady Gaga, também compôs algumas faixas, além de ser um grande apoiador. Exemplos? Construiu um estúdio em sua casa para a finalização das músicas, fez a programação do site dela e incentivou sua volta ao pop.
FAIXA A FAIXA
O techno “Abracadabra”, “Disease” e “Die With a Smile” são um sucesso absoluto — e quem diz isso não são apenas os fãs, mas também as métricas que colocaram as músicas no topo das paradas, mesmo após o fracasso de Joker 2 e Harlequin. Mas quem espera ouvir músicas tão boas quanto essas precisa se preparar.
O que foi prometido e ansiado se encontra em faixas como “Perfect Celebrity”, “Shadow of a Man” e “Garden of Eden”, que apresentam uma pegada electro-grunge, com sonoridade nostálgica da virada da década de 2000 e letras que falam sobre empoderamento dentro da fama, ou melhor dizendo, dentro das garras do monstro da fama.
Outras faixas, como “Blade of Glass”, “The Beast”, “How Bad Do U Want Me” e “Vanish Into You”, transitam desse local e vão para um lugar de balada, que lembra um pouco as músicas inexpressivas que estão no “Born This Way”, com vocais de “Joanne” e letras de “Chromatica”. Este não é um álbum de sequência, mas uma visita a todos os moods pelos quais ela já passou. Será que, depois deste, vem algo novo? Reinvenção? Só o tempo dirá.
MODA
Se a moda não for um dos principais propulsores de significados de um álbum, esse álbum não é de Lady Gaga. Em “Mayhem”, ela já mostrava sinais de que traria um lado dark, com cabelo mais escuro, pele mais pálida, maquiagem clean e sobrancelhas descoloridas. “Estou abraçando todos os meus sonhos góticos e tentando expressar todas essas fantasias sombrias que tenho — mas de maneiras que sejam sombrias, mas também carreguem a luz com elas. Teatralidade e arte são uma grande parte do que eu amo na moda, então definitivamente tem muito mais a ver com auto expressão do que qualquer outra coisa”, disse em entrevista à “Vogue”.
Para construir essa imagem, ela contou com a ajuda da dupla de stylists Peri Rosenzweig e Nick Royal, que montaram um guarda-roupas de estilistas emergentes e menos conhecidos como Olivier Sam Lewis, Seth Pratt, Suman Gurung, Renee Masoomian, Iggy Soliven, Anastasia Vikhoreva e Galendi, além da alemã-brasileira Soma Faitanin, que fez algumas peças nos últimos clipes lançados. Mas, como a era fala sobre caos, não poderia faltar uma transgressão na imagem pesada. Nas primeiras imagens de divulgação de “Die With Smile”, Lady Gaga evocou um visual que flerta com o glamour da era de ouro de Hollywood. Mas quem tem olhos bem atentos reparou que, no clipe, seu alter ego dessa era, a Lady in Red, já estava presente, com seu chapelão de abas largas, à espreita.
TOUR
Antes de desembarcar no Rio de Janeiro, onde se apresenta no dia 3 de maio (de graça) em Copacabana, ela será headliner do primeiro dia do festival Coachella, na California nos dias 11 e 18 de abril. Será a primeira oportunidade de vermos “Mayhem” ao vivo e o que Lady Gaga prepara para nós e para a aguardada tour que deve ser anunciada em breve.