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    O aquecimento global e a ameaça ao mercado de beleza

    Com o planeta atingindo temperaturas elevadas nunca antes vistas, repensar texturas, quantidades e produtos se faz mais que necessário

    O aquecimento global e a ameaça ao mercado de beleza

    Com o planeta atingindo temperaturas elevadas nunca antes vistas, repensar texturas, quantidades e produtos se faz mais que necessário

    POR Julia Lange

    Dias com temperaturas superiores aos 35 graus se tornaram rotineiros. Engana-se quem pensa que isso aconteceu apenas no Norte do país, mais próximo à Linha do Equador. Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e até mesmo Curitiba marcaram recordes de altas temperaturas. Infelizmente, essa notícia não é uma raridade ou exclusiva: adversidades climáticas são registradas – literalmente – todos os dias.

    Uma das indústrias mais afetadas é a da beleza. Produtos que antes eram testados para permanecer funcionais até temperaturas de 38 graus Celsius, hoje já precisam passar por testes que chegam aos 55°C (!), conforme afirmou o químico Akshay Talati para matéria no Fashionista, que trabalhou para marcas como Estée Lauder, Unilever e L’Oréal. O problema vai muito além de produtos que durem ou não quando a pessoa que os utiliza, sua muito: toda a cadeia de produção está tendo que ser repensada, das fórmulas ao tempo de distribuição.

    No que diz respeito à composição, quando os produtos são expostos por muito tempo a temperaturas consideradas extremas, suas formulações físico e química mudam, consequentemente abalando a eficácia do que eles prometem. Apesar de itens como bases poderem “voltar ao normal”, mantendo a integridade dos ingredientes, isso não ocorre em diversos outros casos. O calor pode, por exemplo, quebrar os conservantes e tornar impotentes produtos como protetores solares, retinóides ou soros de vitamina C. De acordo com um estudo publicado no Journal of Cosmetic Chemistry, o retinol perde até 80% de sua eficácia após seis meses a 25°C.

    “Eu nunca tive uma experiência muito drástica com nenhum produto, mas talvez porque eu não viva em partes do Brasil que já estavam acostumadas com ondas de calor, o que está mudando agora.”, contou Jana Rosa, fundadora da Bonita de Pele. “Quando eu penso nesse assunto, eu me lembro do começo da pandemia, quando a gente começou a falar do uso de máscaras e o mercado todo começou desenvolver produtos para acne, produtos para aplicar debaixo das máscaras de proteção, porque a nossa realidade naquele momento era aquela. O mercado aqueceu para o autocuidado, porque todo mundo estava em casa, depois migrou para um boom nas maquiagens (porque todo mundo voltou a sair). Então a meu ver, o mercado sempre responde ao que está acontecendo e isso vai acontecer agora com as ondas de calor.”, completou.

    Contudo, reformular os produtos pode ser, em si só, uma questão. “Se você reformular produtos para suportar temperaturas mais altas, você corre o risco de perder a textura, consistência, cor e benefícios ou desempenho desejados dos ingredientes”, disse Talati. Delineadores, por exemplo, são pensados para serem minimamente líquidos quando aplicados. Com as fórmulas revistas, uma possibilidade é que a aplicação seria menos confortável e inclusive menos eficaz.

    “Eu imagino que os produtos mais matte vão ser mais procurados e desenvolvidos, acho que o mercado de protetor solar vai ser cada vez uma necessidade (para o corpo também). Mas principalmente acredito que a conversa sobre as marcas naturais, os produtos com refil, que produzem menos plástico e as alternativas para embalagens são necessidades urgentes. Acho que é uma conversa que já existe, mas que precisa ser potencializada.”, afirmou Jana.

    “Eu já comecei a conversar com marcas parceiras que têm iniciativas ligadas à sustentabilidade, porque tenho muita vontade da Bonita de Pele olhar ainda mais para isso. Nós não vamos parar de consumir produtos de beleza e de comprar esses produtos, mas não podemos ignorar tudo o que está acontecendo – e que está acontecendo agora, não apenas no futuro como era dito antes.”, finaliza.

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