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    Os shows estão caríssimos. E agora?

    Como o aumento dos ingressos, parcelamentos e endividamentos se tornaram cada vez mais comuns, redefinindo o conceito de exclusividade e acessibilidade em experiências de música nos últimos anos.

    Os shows estão caríssimos. E agora?

    Como o aumento dos ingressos, parcelamentos e endividamentos se tornaram cada vez mais comuns, redefinindo o conceito de exclusividade e acessibilidade em experiências de música nos últimos anos.

    POR Laura Budin

    Quando pensamos em grandes shows e festivais como o Coachella, o Lollapalooza e o Rock in Rio, é difícil não imaginar uma multidão dançando ao som dos seus artistas favoritos, sob uma aura de glamour, exclusividade e aquele clima único que só grandes eventos conseguem proporcionar. No entanto, nos últimos anos, por trás dessas imagens que celebram a juventude, o estilo de vida e a experiência imersiva, existe um custo crescente. Só no ano passado, os preços dos ingressos dispararam 23% mundo afora, depois de já terem subido 19% desde a pandemia da COVID-19, segundo reportagem recente da BBC.

    Festival de ingressos caros
    No Brasil, a situação não é muito diferente. Em 2001, o ingresso do Rock in Rio custava R$ 35, representando cerca de 20% do salário mínimo da época. Em 2019, o valor chegou a R$ 525, equivalente a 53% do salário mínimo. É um aumento de quase 400% acima da inflação acumulada no período. Em 2024, o preço da entrada inteira para o evento chegou a R$ 795. Os preços dos shows também subiram vertiginosamente nos últimos anos. De 2017 a 2025, os valores dos ingressos para a apresentação da Dua Lipa em São Paulo aumentaram de 68% a 283%, dependendo do setor comparado.

    ‘‘Nunca fiz planejamento anual para ir a show, porque era algo corriqueiro. Hoje tenho que incluir no orçamento para ver em quantos vai dar pra ir no ano”, diz Juliana Lopes, 49, jornalista e professora universitária, que tem o costume de ir a shows há anos. “Acho uma pena estar tão inflacionado, porque show é cultura, lazer, é algo que as pessoas adoram’’, completa.

    O boom do parcelamento
    No Coachella 2025, os ingressos ficaram tão caros que cerca de 60% dos participantes parcelaram o valor. No Brasil, o modelo de pagamento parcelado também tem garantido a ida de muita gente a festivais e shows no país. Mas não sem um custo para muitos, que acabam de endividando.

    “O impacto financeiro foi grande. Estava sem grana, e resolvi estourar o cartão de crédito para assistir ao show do A$AP Rocky no Lollapalooza. Vim de Goiânia, onde moro, e parcelei tudo, até os lanchinhos […] Valeu a pena porque é uma experiência única […], mas tive depois que trabalhar dobrado para conseguir quitar tudo”, conta Davi Luz, criador de conteúdo e dono da página Lil Mosh.

    Outro fator que contribui para o aumento dos preços dos shows e festivais é a prática dos preços dinâmicos, que ajustam os valores de acordo com a demanda do evento. Essa estratégia, cada vez mais utilizada pelas plataformas de vendas de ingressos como Ticketmaster, pode fazer com que o custo de um ingresso varie significativamente, dependendo de quando ele é comprado. Quem espera muito tempo para comprar pode acabar pagando mais do que o valor inicial, o que torna o preço da experiência ainda mais volátil e difícil de prever.

    Quando se trata de shows e festivais, eles representam mais do que um simples entretenimento. É uma experiência cultural e coletiva, que traz aquela sensação de estar imerso em um evento único, de fazer parte de um grupo e viver algo exclusivo. Mas, à medida que os preços aumentam e as experiências se tornam mais elitizadas, fica a dúvida: vale a pena continuar pagando o preço por esses momentos?

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