FFW ENTREVISTA: Sergio Amaros da Plano Piloto
Nome por trás da marca gaúcha conta sobre a marca, a influencia da prosa e poesia, processos e experimental versus rentável
FFW ENTREVISTA: Sergio Amaros da Plano Piloto
Nome por trás da marca gaúcha conta sobre a marca, a influencia da prosa e poesia, processos e experimental versus rentável
A primeira vez que me deparei com um post da Plano Piloto no Instagram foi em julho de 2021, na época uma parka criada a partir de um cobertor antigo (segundo a legenda com 3 décadas de existência) me chamou atenção não só pelas listras, como pela engenhosidade e construção da peça. Os itens de tricoline também tinham um frescor bem pessoal.
Corta para 2023, quando comecei a conversar virtualmente com Sergio Amaros, mente criativa por trás da marca, ele me disse que estava prestes a lançar a coleção de número oito, o lançamento vigente chama atenção pelos inflados e camadas – que parecem ter um lugar cativo no repertório do designer. Após trocas de mensagens, a entrevista rolou via e-mail e, apesar da impessoalidade e distância do formato, Sergio conseguiu alcançar uma aproximação ao revelar momentos e curiosidades interessantes da sua trajetória, além do seu processo, que você confere na sequência.
Sergio me conta um pouco de você? Quantos anos, onde mora…
Então, me chamo Sergio Amaro, mas gosto de deixar o amaro no plural, amaros, e é uma forma de usar meu último sobrenome, silveira. Tenho 33 anos. Atualmente moro em Porto Alegre que é a mesma cidade onde nasci.
Qual a sua formação?
Sou formado em moda pela Uniritter desde 2015.
Você sempre teve vontade de trabalhar com moda/criação ou foi algo que surgiu de forma inesperada?
Surgiu de forma inesperada, mas bem cedo. Com 17 anos convidei meu melhor amigo para ter uma marca de roupa como uma forma de eternizar nossa amizade e a marca durou 10 anos, mas a amizade segue muito forte.
Antes de lançar sua marca própria, você passou por outras?
Então, antes mesmo de eu ingressar na faculdade eu já tinha a Asap, marca que iniciei com o meu amigo, e optei em entrar na faculdade para poder entender a teoria do que aplicávamos na marca, foi aí eu eu percebi a necessidade de aprender em outros ambientes diferentes da faculdade, tive a oportunidade de trabalhar em fábricas e marcas, todos foram essenciais para o processo, mas mesmo trabalhando em outros lugares a Asap continuava sendo o grande projeto da vida.
Porque se chama Plano Piloto? E como/quando surgiu a ideia de criar ela?
Quando finalizamos o processo da Asap eu queria fazer algo mais leve e experimental, pois eu estava em outro momento profissional, trabalhando dentro de produtora fazendo direção criativa e vídeo, então o nome surge disso, é pra ser um plano piloto, um experimento, tipo a peça piloto onde vai tendo ajustes até ficar perfeita. Ah, esse processo de uma marca para outra era pra ser a médio prazo, mas nasceu uma semana depois do término da Asap.
Como funciona o seu processo criativo dentro da marca?
É um processo muito orgânico, sem regra, gosto muito de escrever e minha escrita flerta com poesia e prosa, muitas vezes a coleção sai desse momento, mas as vezes começo a imaginar uma peça, desenho ela e a coleção nasce. Acredito que eu viva dentro desse processo.
Atualmente você segue algum calendário? Como funcionam os lançamentos?
Nossa ideia é sempre lançar pelo menos 2 coleções anuais, mas como uma coleção ainda é muita dependente da outra financeiramente, acabamos tendo um calendário próprio, mas procurando sempre estar em coerência do tipo de produto para a estação vigente.
Quem consome a marca ou qual o perfil que você almeja que consuma a Plano Piloto?
Muito difícil essa pergunta, ela é feita pra pessoas que se identificam com o produto, com a nossa imagem.
Tem materiais que goste mais de trabalhar ou você primeiro idealiza as peças e depois procura formas de materializá-las?
Normalmente idealizo as peças antes, isso costuma ser um problema porque nem sempre se encontra o material ideal, mas faz parte do processo essa busca e esse experimento. Se eu tenho uma peça que eu considero boa e lanço ela agora com um material x, e na próxima coleção eu encontro um material que visualizo também na mesma peça e que dará um outro caimento e estética, não tenho problema nenhum em trazer ela pra coleção de novo.
Se tivesse que definir a Plano Piloto em uma palavra ou expressão, qual seria?
Experimentação. Não tiro o compromisso por eu achar que ela é experimental, pois faço o produto para ser esteticamente bonito e rentável, mas gosto de experimentar, faz bem pro meu processo.
Quais os próximos passos? Tem algum que possa compartilhar com a gente?
A ideia é sempre o progresso de forma saudável, mas temos um plano de expandir a marca e quem sabe logo ter nosso primeiro ponto físico.
Onde as peças podem ser encontradas hoje?
Atualmente somente em nosso site. planopiloto.co