Vitureta: conheça a marca do stylist e, agora, também designer Victor Borges
Candice, Camila Queiroz e Débora Bloch já estão entre os nomes que vestiram a etiqueta recém lançada

Vitureta: conheça a marca do stylist e, agora, também designer Victor Borges
Candice, Camila Queiroz e Débora Bloch já estão entre os nomes que vestiram a etiqueta recém lançada
“O corpo é o centro. Minhas inspirações vêm muito das artes plásticas e da escultura, a nudez, a crueza dos materiais, do drapeado que molda e enquadra o corpo e as formas femininas. Há também uma forte influência da moda dos anos 1990 que está muito no meu imaginário. Essa primeira coleção trouxe uma paleta essencialista o preto como a ausência de cor e tons neutros que dominam, reforçam esse nascimento da marca”, me disse o stylist Victor Borges, nome por trás da Vitureta, marca que idealizou e surge com uma imagem pontiaguda, envolvente e super sexy.
Se como stylist Victor propõem essa sensualidade experimental, lavada e pueril, quando atua como designer isso se estende mas de uma forma mais glamazon. Não é à toa que conseguiu conquistar diferentes nomes (indo de Candice Swanepoel a Débora Bloch) para cruzar eventos de gala com seus longos, que revelam mais do que escondem. Essa ambivalência fica nítida nos longos drapeados, na camisaria fluida, nas transparências lânguidas e numa celebração ao poder do corpo feminino – quase intimidadora.
Ao editor de moda Vinícius Francisco Alencar, Borges revela mais sobre a Vitureta, seu modus operandi e o que ainda está por vir. Leia na sequência.
Quando e como surgiu a ideia de lançar a Vitureta?
Foi um processo muito natural. Antes mesmo de trabalhar como stylist, já sonhava em ser designer, mas o styling aconteceu primeiro. Minha trajetória me permitiu desenvolver um olhar apurado para imagem e construção de identidade, além de um contato próximo com o processo de desenvolvimento e produçao de roupas. Sempre tive um interesse profundo pelo produto separadamento do styling e isso so cresceu. Observar os materiais, os se tornou parte essêncial do meu processo criativo.
Com o tempo, essa vontade de criar algo próprio foi crescendo. Meu desejo ia além do styling – eu queria desenvolver peças do zero. As primeiras criações surgiram organicamente, quase como experimentos, mas logo começaram a chamar atenção. A pesquisa se aprofundou e, sem que eu planejasse, a marca começou a ganhar forma durante esse processo. Desde o início, quis que a Vitureta tivesse uma identidade muito própria.
A Vitureta é uma extensão do meu olhar.
Você trabalha de que forma? Apenas sob medida?
Atualmente, sim. O processo da Vitureta é muito manual, quase artesanal, e a maioria das peças é feita sob medida. Isso torna cada criação ainda mais exclusiva e permite que quem veste tenha um pedaço real da estética da marca.
Além de ser o início da marca e sendo muito independente enquanto design nesse momento acabou chegando nesse lugar de ser sob medida.
Alem de que algumas tecnicas como a moulage que é muito presente e alguns materiais exigem um cuidado e um tempo específico para tudo ganhar forma. O tempo de criação é mais lento, mas isso tem feito parte da identidade da marca nesse primeiro momento.
Você já vestiu nomes incríveis. Como isso aconteceu?
Pelo seu background, pelas pessoas já te conhecerem?
Acho que foi uma combinação de fatores. Algumas pessoas já conheciam meu trabalho como stylist, mas o interesse das pessoas foi algo muito espontâneo.
Tem sido especial ver mulheres fortes se conectando com a Vitureta. Isso só reforça minha vontade de continuar criando e projetando algo autêntico que cada vez mais dialogue e eleve essas mulheres.
É um projeto paralelo à carreira de stylist ou quer focar inteiramente na marca?
Eu nunca conseguiria me limitar a uma única coisa. Sempre enxerguei minha visão estética se desdobrando de diferentes formas, e a Vitureta surgiu como mais um projeto de extensão natural disso – uma maneira de explorar novas possibilidades dentro do meu olhar e criar algo genuinamente meu.
Não penso em me dedicar exclusivamente à marca. Ainda tenho muitos projetos como stylist que quero trilhar, e para mim faz sentido que esses caminhos coexistam. Quero que a Vitureta continue crescendo organicamente, enquanto sigo colaborando com marcas e explorando outros formatos criativos.
Quais os próximos passos? Ou quer permanecer mais um tempo como está atualmente?
Ainda há muito espaço para crescer. Meu sonho é conseguir explorar o prêt-à-porter e expandir a marca nacionalmente e internacionalmente. Também quero levar a estética da Vitureta para colaborações com marcas e designers que admiro.
Mas, por enquanto, tenho seguido nesse formato, onde cada peça tem sido concebida com muita intençao e carinho. O processo, para mim, é tão essencial quanto o resultado. Quero que a marca evolua de maneira autêntica, sempre preservando a essência que fez com que ela existisse desde o início.
Proporcionando conexões, entre corpo construcão e expressão