Imagem do interior da nova loja da Lush em São Paulo ©Divulgação
Quem ficou órfão quando a Lush deixou o Brasil há cerca de sete anos já pode comemorar: a marca britânica cult de cosméticos, que se orgulha de sua conduta ética, de seu respeito ao meio ambiente e de seus produtos feitos à mão, faz retorno triunfal ao país abrindo hoje (10.06), em São Paulo, um espaço próprio de 400 m² que inclui seu primeiro spa na América Latina e sua maior loja no mundo (com planos de abertura também no Rio de Janeiro e outras cidades, além de um e-commerce!).
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Trata-se de uma movimentação ousada para uma companhia que já teve uma experiência mal sucedida por aqui. “Não era a hora certa”, minimiza Rowena Bird, co-fundadora e inventora de produtos da Lush, que esteve no Brasil no fim de maio para divulgar a nova empreitada. “Tivemos ótimos parceiros empreendedores que trouxeram a Lush para cá, mas não era a hora certa — tentamos salvar o negócio, mas não tinha jeito. Agora, sete anos depois, a economia evoluiu; as lojas desta vez serão operadas pela central britânica; e a empresa amadureceu muito nos últimos anos”, ela afirma ao FFW, apostando no sucesso desta segunda vinda que inclui o estabelecimento de fábricas locais até o fim de 2014.
Rowena Bird, co-fundadora da Lush, e Karen Huxley, PR da marca ©Sarah Lee
Além dos produtos em si (quem não lembra do cheiro das lojas da Lush?), a companhia é famosa e querida por suas convicções, como a de não negociar com empresas que fazem testes em animais e a de apoiar iniciativas de comércio justo e comércio comunitário. “Temos mais de 300 itens e todos são vegetarianos ou veganos com a mais alta qualidade de material bruto, e nenhum deles é testado em animais. Pode ser mais caro, pode ser mais desafiador, mas não é impossível, se você ama o que faz”, Rowena conta, acrescentando que o grupo se mantém independente e não tem planos de mudar. “Quem poderia nos comprar? Não há ninguém com a mesma ética que nós. Realmente acreditamos que não se deve fazer testes em animais; que temos que fazer o possível para salvar o meio ambiente; que devemos ajudar as pessoas da comunidade. Se nos vendêssemos, isso significaria que nossa ética nunca foi real, e ela é sim, ela é parte de nós”, ela diz.
A nova loja e spa da Lush em São Paulo fica na Rua da Consolação, 3459.
Seis curiosidades sobre a Lush:
– A Lush foi criada por seis co-fundadores que trabalham juntos há pelo menos 34 anos (um deles se aposentou no começo de 2014). “Somos basicamente um grupo de amigos que são quase uma família”, explica Rowena. Originalmente, eles inventavam e fabricavam produtos para outras companhias, como a The Body Shop.
– O tempo de desenvolvimento dos produtos pode variar dos 25 minutos e 43 segundos do perfume 25:43 até os quatro anos e meio do condicionador corporal Ro’s Argan Body Conditioner (criado, a propósito, por Rowena Bird).
– Antes de chegarem às prateleiras, todos os produtos passam por três fases de testes: primeiro, são aprovados pela “mini-mafia”, como Rowena chama, dos cinco fundadores; em seguida, passam para a “bigger mafia”, de cerca de 40 pessoas de todos os setores da companhia, de PRs a designers a vendedores; então, pequenos lotes são enviados para voluntários da marca.
– Os itens mais vendidos da marca são: o bath bomb Sex Bomb (R$ 24,60); o sabonete Honey I Washed the Kids (R$ 25,70 – 100g); o creme para o corpo Dream Cream (R$ 85); o cleanser Angels on Bare Skin (R$ 48 – 100g); e o xampu sólido com canela, cravo e menta (R$ 42). Rowena aposta no sucesso, aqui no Brasil, do sabonete e do creme para o corpo.
Os cinco best-sellers da Lush: o bath bomb Sex Bomb; o sabonete Honey I Washed the Kids; o creme para o corpo Dream Cream; o cleanser Angels on Bare Skin; e o xampu sólido com canela, cravo e menta ©Sarah Lee
– As embalagens trazem uma ilustração e o nome da pessoa que fez cada produto; a partir do fim do ano, quando começar a produção no Brasil, veremos o rosto dos funcionários brasileiros.
– A linha de maquiagem da Lush, batizada de Emotional Brilliance, foi criada em parceria com a hipnoterapeuta comportamental Lady Helen Kennedy. Trinta emoções/sensações, como “paixão” e “calma”, foram apresentadas a voluntários, que escolhiam numa cartela Pantone a cor que eles achavam que melhor as representavam; os resultados foram reunidos e transformados nessa linha, em que cada cor corresponde a uma emoção. A ideia é que a pessoa use os produtos de acordo com a sua necessidade emocional. “É como se você estivesse absorvendo esse apoio emocional. Esta não é uma maquiagem que você usa para os outros, e sim, para você mesma, algo que te ajuda a tomar as melhores decisões e a enfrentar o dia”, afirma Rowena Bird.
– O spa da Lush é um “spa sensorial” porque procura atiçar os cinco sentidos, com comidinhas ou bebidas, iluminação e efeitos visuais, cheiros, toque e sons: cada tratamento tem sua própria trilha sonora personalizada (“nada dessa coisa genérica plinky-plonky que você pode ouvir em qualquer lugar”, diz Rowena Bird). E todos os terapeutas recebem três meses de treinamento no Reino Unido – inclusive os do spa brasileiro.