*Esta matéria foi atualizada dia 25/09
O grupo Michael Kors anunciou nesta terça pela manhã a compra da Versace, em um negócio de aproximadamente US$ 2 bilhões, segundo o jornal Financial Times – o primeiro veículo a anunciar a aquisição foi o italiano Corriere della Sera. A empresa Blackstone, que em 2014 comprou 20% da marca italiana, venderá sua parte também.
O valor da compra é 2.5 vezes o valor da receita da Versace hoje e 22 vezes o EBITDA (lucro após descontados taxas, impostos, depreciação e amortização).
A Michael Kors tem buscado marcas para formar um conglomerado que possa rivalizar com grupos de luxo europeus como LVMH, Kering e Richemont. Os detalhes da compra e a permanência de Donatella Versace à frente da direção criativa da marca ainda não foram revelados. Normalmente, em um acordo como este, é comum que o diretor criativo fique por um tempo determinado e quando esse tempo e contrato acabam, ele pode não ser renovado.
Donatella, 63, está à frente da Versace desde a morte de Gianni em 1997. Durante todos esses anos, ela tem lutado para manter a marca no topo. A entrada da Blackstone foi fundamental para ajudar o negócio, mas ainda assim o aumento nas vendas tem sido tímido para as metas.
O plano da Michael Kors, que agora deve mudar de nome para Capri Holdings Limited, é abrir novas lojas, das 200 atuais chegando a 300 pontos de venda pelo mundo, desenvolver o e-commerce e expandir as linhas de acessórios e calçados tanto feminino como masculino para que esses segmentos cheguem a ser responsáveis por 60% do faturamento total. Atualmente o pret-à-porter é o maior faturamento sendo responsável por 65% da receita e acessórios por 35%. A marca tem potencial de sobra para crescer, considerando que tem desejo de marca comparado a outras grandes como Gucci e Armani em diversos mercados mas ainda fatura uma pequena fração se comparada a eles.
Em julho de 2017 o grupo já havia comprado a Jimmy Choo como parte da estratégia de criação do grupo que agora se fortalecerá com a aquisição da Versace e outras possíveis casas.
Nos últimos meses, outras marcas familiares e independentes como Missoni e Dries Van Noten também venderam fatias de suas empresas para grupos de investimento – Dries vendeu para o grupo Puig.