“Falling Light” (2010), do estúdio londrino Troika ©Reprodução
Em 2004, a revista americana “Forbes” publicou um perfil interessante de Nadja Swarovski, herdeira do império de cristais fundado em 1895. Na matéria, a austríaca revelou que, em sua época de universitária, quando viveu em Dallas, no Texas, deparou-se com uma realidade cultural completamente diferente da sua: na Europa e na Ásia, a marca que leva o nome de sua família era conhecida pelos produtos elegantes, enquanto que, nos Estados Unidos, a palavra Swarovski remetia apenas aos animais colecionáveis e de aspecto kitsch que seu avô inventou, em 1975. Nos anos que se seguiram, no entanto, a empresa transformou sua imagem internacional, o que, em parte, se deve à busca por inovação e ao equilíbrio entre tradição e tecnologia que a grife tem empreendido ao longo da última década. A partir de setembro deste ano, a Swarovski realiza no Museu de Design de Londres sua primeira exposição, intitulada “Digital Crystal”.
“Crystallize”, de Paul Cocksedge, e “Pantora”, de Fredrikson Stallard ©Reprodução
Ao contrário do que se poderia deduzir à primeira vista, entretanto, a mostra não se trata de uma exibição das joias icônicas desenvolvidas pela marca austríaca nestes mais de 100 anos de história. A Swarovski convidou designers para criar peças conceituais, e até vanguardistas, utilizando sua grande matéria prima: os cristais. Entre os nomes que aderiram ao projeto estão antigos “parceiros”, como Ron Arad, Yves Béhar, Paul Cocksedge e Fredrikson Stallard, além de mais de uma dezena de outros profissionais, veteranos e recém-ingressados no mercado, que conceberam obras inéditas para a ocasião. A proposta de “Digital Crystal” é construir uma ponte entre passado – a tradição – e presente – as inovações tecnológicas, bem como evidenciar como é maravilhoso (e possível) manter essa conexão.
“Digital Crystal” @ Design Museum, Londres
Shad Thames, London SE1 2YD, Inglaterra
A partir de 05 de setembro de 2012
+ http://designmuseum.org