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    POR Camila Yahn

    Gala Gonzalez e Prince Pelayo na prova de roupa da Ausländer ©Felipe Abe/FFW

    A cada estação a Ausländer traz convidados internacionais para desfilar. Após Andrej Pejic, Zombie Boy e Daisy Lowe, é a vez dos blogueiros Gala Gonzalez, do “Inside am-lul’s closet”, e “Prince” Pelayo Diaz, do “Kate loves me”.

    O FFW fez uma visita à dupla durante a prova de roupa da marca. Gala tem 26 anos e vive em Londres, onde estudou moda na Central St Martins e também onde conheceu Pelayo, 25, que agora vive em Madri, onde trabalha como blogueiro e designer. Juntos, começaram a explorar o fotolog e juntos também, entraram no mundo dos blogs.

    Autenticidade e pioneirismo são alguns dos fatores que eles citam como explicação para o sucesso de seus blogs. Hoje, consideram-se blogueiros de profissão e a sua maior fonte de renda vem daí.

    Veja abaixo a entrevista completa em que eles contam ao FFW sobre o início dos seus blogs, a profissão de blogueiro e as suas impressões sobre o Brasil e a moda brasileira.

    Como surgiu a ideia de começar um blog?

    Pelayo: Foi durante os estudos na St Martins, onde conheci a Gala e ela me mostrou uma plataforma chamada fotolog e nós começamos a postar fotos, mas era muito limitado porque a gente não podia escrever tudo o que a gente queria e só podíamos postar uma foto por dia. Então decidimos começar um blog onde pudéssemos escrever sobre as nossas experiências, por muitas imagens… é mais criativo. Dá mais liberdade para se expressar. Antes não existiam muitas redes sociais, pelo menos com a força que elas têm agora. E as pessoas queriam saber novidades por email. O blog foi uma boa solução porque as pessoas podiam ficar a par das novidades.

    Como e por que acham que os seus blogs se destacaram?

    Pelayo: Não havia tantos blogs de moda. As pessoas nem sabiam bem o que era um blog, o que esperar deles. Então quando surgiu, as pessoas falavam muito de nós e acho que foi isso o que alavancou o nosso trabalho. Acho que foram dois fatores importantes, primeiro que a gente chegou antes e segundo as pessoas não tinham muita escolha na época. Acho que era tudo mais rápido e novo. E o que é interessante é que nós não tivemos qualquer influência, estávamos apenas sendo nós mesmos.

    Gala: E nos tornamos meio que uma inspiração para outros garotos que gostavam de moda, que de repente tinham alguém para usar como referência e dizer: ‘Nossa, aqueles caras conseguiram’.

    Como veem a popularização dos blogs?

    Gala: Acho ótimo, tornou-se democrático. E democrático quer dizer que pode ser para qualquer pessoa. Não é que a gente é especial nem nada, nós só o fizemos primeiro. Todo mundo tem o direito de se expressar.

    Pelayo: Mas algumas pessoas não deviam se intitular blogueiras.

    Gala: Sim, blog enquanto profissão sim, tem que ganhar respeito. E os britânicos respeitam muito. Você pode ser jornalista, mas não significa que vá ser o melhor. Você tem que oferecer alguma coisa diferente. Não é só ter um blog, que hoje todo o mundo tem, a minha amiga tem um blog, a minha vizinha tem um blog… tem que ter um ponto de vista interessante, o seu. E isso ninguém consegue copiar.

    Vocês se consideram blogueiros de profissão?

    Pelayo: Sim. No início era estranho, até porque eu sempre fui contra esse nome… Para ser honesto, acho que temos que nos orgulhar das coisas que conseguimos nós mesmos.

    Gala: Para mim também foi estranho. Primeiro porque eu não sabia se queria ser chamada de blogueira, enquanto profissão, parecia algo negativo. Parecia que era uma coisa estúpida que eu fazia, e não o meu trabalho. Agora, que a maior parte da minha renda vem do blog, tenho mesmo que me apresentar como blogueira.

    Pelayo: A questão é que nem todo mundo que começa um blog de sua casa é um blogueiro. Assim como nem todo mundo que faz design em casa é um designer ou que pinta um quadro é pintor. Tem que viver disso. De outra forma é só um hobby.

    Os looks descontraídos de Gala Gonzalez e Prince Pelayo ©Felipe Abe/FFW

    Que blogs vocês leem? 

    Gala: Eu devia responder: nenhum! (risos) Para ser honesta, o único que sigo religiosamente é o Pelayo, e sempre foi assim (para ele também). Gosto de ver blogs de street style principalmente. E gosto dos blogs mais antigos, de pessoas que começaram ao mesmo tempo que eu. Tem vezes que eu vejo alguém que postou uma coisa interessante, daí eu sigo para ver o que vem depois e, se valer a pena, continuo. Não tem muita gente fazendo coisas inovadoras, que ainda não tenham sido feitas.

    Pelayo: É perigoso ver outros blogs porque você pode se contaminar por eles. Talvez você nem note, mas pode ser influenciado por eles em seu próprio blog. E por isso eu acho que a gente deve ficar afastado.

    Gala: E às vezes vem alguém dizendo, “essa pessoa está te copiando” e eu não quero ver, não vale a pena. Se estão fazendo isso é porque, primeiro, você deve ter feito algo de bom, por isso eles copiam.

    Pelayo: Eu vejo o Tumblr, porque tem imagens muito inspiradoras.

    Gala: Gosto do Pinterest.

    Pelayo: Eu não tenho Pinterest.

    Gala: Tem que ter! Para as pessoas saberem do que você gosta e poderem dar um pin.

    Pelayo: São tantas senhas na minha cabeça que eu não preciso de mais! (risos)

    Gala, você já esteve aqui antes, o que acha do Brasil?

    Gala: Adoro! Eu conheci o Ricardo (Brautigam – estilista da marca) em Londres faz tempo. A primeira vez que vim para o Brasil foi durante uma semana de moda e acho a moda muito boa. Quando as pessoas pensam no Brasil, pensam em top models e biquínis. Mas não é verdade, aqui também tem mulheres feias. (risos) Não são todas modelos. Pode ir à praia sem problemas e se sentir incrível. Claro que tem biquínis maravilhosos, mas também tem outras coisas bem legais acontecendo. O cuidado com o cabelo é incrível, aqui tem algumas das poucas pessoas que eu deixo tocar no meu cabelo, como o Marcos Proença, que eu adoro.

    Pelayo: Ela me ligava daqui falando: ‘Pelayo, você tem que vir para cá!’. Eu ainda não vi muita coisa, mas no caminho do aeroporto vi muitas árvores e todo mundo é tão simpático. Natureza misturada com edifícios, acho muito bom.

    Pelayo, você é dos poucos blogueiros masculinos…

    Pelayo: Para começar, para a Gala é muito mais fácil parecer maravilhosa.

    Gala: Não é. Para nós mulheres, temos tanta escolha que já nem sabemos o que fazer. Acho que no momento, a moda masculina é muito mais interessante que a feminina. Olha para você, pode usar essa calça florida, esse colar, pode se divertir mais.

    Pelayo: Eu gosto tanto de roupa feminina que tento adapta-la à moda masculina. Não tem tantos blogueiros homens porque os que têm muitas vezes são muito femininos, porque aparecer masculino em um blog de moda pode soar chato, entediante. Os homens não têm tanta escolha. Temos ternos e peças de alfaiataria e é só. Se quiser ser mais trendy e brincar mais com as roupas tem que correr alguns riscos, que às vezes resultam em fracassos!

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