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No último domingo, a rua Oscar Freire, em São Paulo, foi palco para o evento Promenade Chandon, que enfeitou a rua e suas imediações com uma decoração inspirada na Paris dos anos 20.
Mas o que poucos sabem, até mesmo os visitantes, é que o responsável pelo som do evento foi o DJ francês Fabrice Brovelli, que começou sua carreira assinando clipes underground nos anos 90 e logo estava por trás das trilhas de desfiles e de campanhas publicitárias de prestígio. Hoje, ele é a identidade musical da Air France, da música que ouvimos no avião às campanhas da empresa, dirigidas por cineastas como Michel Gondry.
Em sua passagem por aqui, Fabrice conversou com o FFW sobre suas referências musicais e, claro, sobre o Brasil.
Como você começou a trabalhar com música ?
Eu toco em uma banda de rock desde os 13 anos. Eu vivi e cresci com música. Comecei minha carreira fazendo clipes para a cena underground e produzi muitos vídeos para a MTV na década de 90. Desde 1999 sou produtor de todas as campanhas da AirFrance. Também organizo a “Panik Music Parties”, uma série de festas mensais que começaram há nove anos em Paris e já foi exportada para Reykjavik, Montreal, Nova York, Istambul, Amman e Berlim. Também formei o KCPK, um dueto de DJs que mistura batida eletrônica, hip hop e punk dos anos 80.
Você conhece alguma coisa da música brasileira?
Na música brasileira há Gilberto Gil, Jorge Ben, Caetano Veloso, que são cantores tradicionais. Hoje em dia, acho que há uma cena com Cansei de Ser Sexy e Gui Boratto. São propostas menos folclóricas e mais modernas da nova música brasileira. O que eu acho interessante é a mistura do tradicional, com muita percussão, com a nova música. Acho que eles representam as cores do Brasil no mundo todo. Tem também o Sepultura, que é referência de metal no mundo.
Como foi sua visita ao Brasil?
Minha visita a São Paulo foi muito curta. Eu cheguei de Corsica (uma ilha mediterrânea) e por lá a temperatura era de 35º, aterrissei aqui e estava frio e chovendo. Foi a minha primeira vez aqui, mas já tinha vindo outras vezes ao Rio e a outras cidades brasileiras. São Paulo é uma cidade importante, de cultura cosmopolita, próxima a lugares como Nova York. Fiquei impressionado com o urbanismo e dinamismo da cidade. Cheguei na manhã do evento e fui embora no dia seguinte, não tive tempo para ver muitas coisas, infelizmente.
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Com que tipo de música você prefere trabalhar?
O que me interessa é o mix de gêneros. Eu gosto de procurar canções clássicas, como Ella Fitzgerald, e misturar com as trilhas modernas de hoje. Essa elegância que achamos em marcas como Dior or Louis Vuitton também é interessante. Gosto de misturar, por exemplo, música francesa e brasileira. Geralmente, toco músicas para as pessoas colocarem seus braços para cima.
O que você tem escutado ultimamente?
“Face In The Crowd”, Cat’s Eyes
“Two Against One”, Danger Mouse & Daniele Luppi (Feat Jack White)
“Panta Rei” (Balearic Mix), Agoria
“Iron” (Gucci Vump Remix), Woodkid
“Stay The Same”, The Shoes
Quais são as tendências mais novas na música eletrônica?
Há várias tendências. De um lado há uma música muito mainstream e comercial, como David Guetta e suas últimas produções. Coisas meio cafonas. Mas há um lado mais espiritual e cerebral da música eletrônica com Ricardo Villalobos, Agoria, Nicolas Jaar e Mohini Geisweiller.