Capa do vinil “Boss In Drama”, lançado em julho pela DeckDisc/Vigilante ©Antonio Wolff / Ganzaro
Boss in Drama, ou Péricles Martins de Oliveira, é um paranaense do interior radicado em São Paulo. Tem 23 anos e começou a produzir música com 16 sob o codinome Boss In Drama, que vem “de uma música que compus aos 19”, cavou seu espaço na cena paulistana com performances pirotécnicas em boates como Glória, o EP “Favorite Song” e a atenção da imprensa especializada.
Recentemente, assinou contrato com a gravadora Deckdisc e prepara seu primeiro disco, que deve ser lançado até o final de 2010. O portal FFW conversou com ele sobre suas origens musicais, fogos de artifício e a cena eletrônica no Brasil.
Confira:
Qual foi o seu primeiro contato com música?
Desde pequeno, quando meus pais me davam dinheiro pra comprar sorvete eu gastava com fita K-7. Tinha muita coisa R&B e adorava tudo que tinha vocal de mulher negra. Dessa época que eu tirei grandes influencias pra produzir música hoje. Como Prince, Diana Ross, Stevie Wonder, Madonna, Queen, Michael Jackson, etc.
E como/quando a música virou a sua profissão?
Aconteceu naturalmente. Comecei a viajar bastante em 2008, em 2009 parei a faculdade e passei a me dedicar só a música.
Recentemente, você assinou um contrato com a Deckdisc. Você os procurou ou foi procurado?
O [produtor musical] Rafael Ramos me descobriu na internet faz um bom tempo, e sempre mostrou interesse no meu trabalho. Até que um dia ele me ligou super empolgado com um novo projeto, de lançar um braço “legal” da deckdisc. Eu gostei da proposta e fechamos o contrato.
Favorite Song by BOSS IN DRAMA
Consegue viver de música ou ganha dinheiro com outras coisas?
Ganho dinheiro de várias formas, mas todas envolvendo música. Sendo produzindo para outras pessoas, para mim, pra publicidade, discotecando, etc.
O que acha da cena de música eletrônica no Brasil? O que você ouve?
Adoro os Twelves, Database, CSS, Gorkabillies, Anhanguera, Crstbl. Gosto quando vejo gente original e criativa fazendo música. Acho chato esse povo que paga para os outros criarem em nome deles, como se a música fosse somente um negócio. Eu acredito na arte e as pessoas que criam tem o meu respeito.
E o que não gosta?
Não gosto muito de trance, techno, minimal, ou estilos puramente eletrônicos e secos, sem muito groove. O tipo de eletrônica que eu gosto é mais orgânica. Se você ouvir meu set vai perceber que tem muito vocal, piano, groove, strings, sax. Tudo muito alegre e cheio.
Qual é o seu maior medo?
Do show da Mariah Carey na festa do Peão em Barretos.
Em que momento do dia você fica mais inspirado?
Quando acordo cedo e começo a produzir. As melhores músicas eu fiz às 7 da manhã!
Me conta um pouco sobre o disco. Tem um conceito, uma ideia que amarre tudo?
O disco está em fase de produção. Será lançado no final do ano, sem data certa ou nome definido. Vamos lançar pelo menos mais 2 singles além desse, antes de lançar o disco. Vai ter muito glitter, romance, break, metais. É pra chorar purpurina! (risos)
Que sons está explorando?
Estou usando muitos sons de pianos e synths dos anos 1970/1980, strings, drum machines, metais, percussão, guitarra e baixo com muito groove.
Quantas pessoas estão envolvidas na produção?
Vou colocar músicos pra gravar metais, e alguns vocais femininos também.
Em 2008, tocando com fogo no teclado no clube Mary In Hell, Belo Horizonte ©Reprodução/Flickr/Doublejeux
Os seus shows sempre tem algum elemento de performance/pirotecnias…
Por enquanto, só solto faíscas da minha Keytar enquanto eu toco! Quando eu começar o novo show, quero usar outros efeitos. Se pudesse, queria aquelas chamas que saem do chão, tipo do show do Poison e do Bon Jovi, sabe?
E o que pretende fazer nos próximos shows?
Quando estiver com boa parte do álbum pronto, vou começar a ensaiar com uma banda de apoio. Assim poderei tocar em casas de rock e fazer turnês melhores. Quando você toca sozinho, acaba sempre tocando em boates. Quero expandir um pouco esse círculo.
Qual o envolvimento e participação da gravadora no seu processo criativo e de mercado?
O produtor Rafael Ramos escuta tudo que faço e ajuda com dicas sábias! Eles me dão toda a estrutura pra gravar, músicos e produção. Mas por enquanto eu preferi trabalhar no meu quarto. Me sinto mais a vontade e criativo quando estou sozinho.
Quem são os colaboradores (criativos) do álbum?
Ainda é segredo! Vão ter poucas participações, mas serão de pessoas que admiro e que tem a ver com meu trabalho.
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