Deitada em algodão doce, “Teenage Dream” reforça a imagem sexualizada de Katy Perry ©Divulgação
Há pouco mais de dois anos, Katheryn “Katy Perry” Elizabeth Hudson era mais uma garota americana tentando um contrato com uma gravadora. Hoje, é uma das estrelas pop mais bem sucedidas de uma indústria musical em colapso _e lança em setembro, no Brasil, o seu segundo disco de estúdio, “Teenage Dream” (em tempo, o título é “emprestado” do Beach House, que lançou o álbum “Teen Dream” em janeiro).
Katy nasceu em uma família de pastores evangélicos nos EUA, e a controvérsia sexual é sua maior munição (alô, Madonna?): seu primeiro EP continha a faixa “Ur So Gay”, sobre um namorado “delicado”; pouco depois, explodiu com “I Kissed A Girl (And I Liked)”, em uma experiência lésbica infantilizada; e agora retorna com “California Gurls” e o single “Teenage Dream”, um pop de refrão viciante e ensolarado.
A cantora tem um vocal aparentemente potente, mas corrigido em estúdio _em canções como “Circle The Drain” ou “E.T.” é difícil saber se é Ke$ha ou Gwen Stefani cantando. No videoclipe mais recente _marcado pelo product placement da Diesel_ Katy fala repetidamente sobre o ‘skin-tight jeans‘ e aparece, de jeans e top, com amigos e um namorado, o modelo Josh Kloss.
Assista no player:
Entre os bons momentos, estão as faixas de verão como “Last Friday Night” e a engraçada “Peacock” (em inglês, “peacock” quer dizer “pavão”, e “cock” significa “pênis”). Se você busca profundidade, procurou no lugar errado: na balada “Firework”, sob violinos, ela canta suas dúvidas existenciais. “Você já se sentiu/ Como uma sacola plástica?“. Katy Perry quer ser famosa. Muito famosa. Sua ambição é genuína, e ela faz de tudo _apelo sexual, controvérsia religiosa, publicidade estratégica, auto-tune_ pra chegar lá.
Qual o problema nisso? Nenhum.
Álbum: Teenage Dream
Artista: Katy Perry
Avaliação: Regular
Gravadora: EMI
Site oficial: katyperry.com
Myspace: myspace.com/katyperry
Twitter: twitter.com/katyperry