Rufus Wainwright
Avaliação: Ótimo
Universal
Em “All Days Are Nights: Songs For Lulu”, o canadense Rufus Wainwright chega num dos mais coesos discos da sua carreira. Conhecido por seu barítono operesco, orquestras extravagantes e arranjos barrocos, ele agora senta sozinho ao piano. “All Days” é um álbum reflexivo, que fala sobre o tempo, a mortalidade e a sua família – refletindo a doença e falecimento recentes de sua mãe, a também cantora Kate McGarrigle. Sua relação com Martha Wainwright, sua irmã, aparece na sombria “Martha”: “É o seu irmão ligando/Por favor ligue de volta”. Mas o ápice musical e intelectual chega no trio de sonetos “43”, “20”, e “10”, de Shakespeare, musicados por Rufus.
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Erykah Badu
Avaliação: Bom
Universal
Sexto álbum de estúdio da americana, que gerou polêmica e um inquérito policial ao aparecer nua no videoclipe mais recente. Musicalmente, o soul, dub, reggae e hip-hop servem de norte, mas ganham um aspecto intencionalmente arrastado, como num filme em câmera-lenta. Destaque para “Turn Me Away”, com suas guitarras suingadas, “Umm Hmm” com seus samples e a contemplativa e off-beat “Out Of Mind, Just In Time”. É um bom disco, com maior vocação para ambient music do que para uma audição mais concentrada.
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Apanhador Só
Avaliação: Bom
Independente
O primeiro disco do quinteto de Porto Alegre aprimora um rock ensolarado, que flerta sem medo com a MPB (“O Porta-retrato”) e o samba-rock carioca de bandas como Do Amor e Los Hermanos (em “Maria Rock” e “Prédio”). Bons riffs de guitarra e letras inspiradas se destacam pontuando todo o disco, mas o grupo tem dificuldede em se distanciar do lugar comum nos arranjos, o que torna a audição mais arrastada do que poderia ser. Na contramão, destacam-se “Balão-de-vira-mundo” e “Nescafé”.