A foto que causou toda a polêmica e o cancelamento da conta de Daniel Arnold no Instagram (na foto original o rosto da mulher à direita é visivel) ©Daniel Arnold/Reprodução
Desde que o aplicativo para smartphones Instagram apareceu, virou tópico de conversa em qualquer mesa de bar, verbo (“tenho que instagramar isso!”), e lugar para muitos “artistas” anônimos revelarem os seus talentos. Foi o que aconteceu com Daniel Arnold, nova-iorquino de 32 anos que se viciou no aplicativo e que acabou banido após ter postado uma foto polêmica. De acordo com o site Gawker, Arnold tirava mais de 3 mil fotos por semana para escolher as melhores para o aplicativo. “Eu sentia que estava em uma missão”, diz ao site. Arnold não tinha muitos seguidores – atingiu somente 1500 -, mas entre eles estavam fotógrafos e profissionais da moda, que ajudavam a prestigiar o seu perfil. “Adoro o cara”, disse ao site Gawker a fotógrafa nova-iorquina Christelle de Castro, que trabalha para revistas como a “V Mag”, entre outras. “O seu trabalho tem tudo a ver com observação – examinar coisas que estão acontecendo e colocar uma moldura em volta”, acrescenta.
A foto da polêmica? Duas amigas tomando sol topless na praia de Fort Tilden, no Queens, em Nova York. Uma das amigas está fotografando a outra, sem saber que Arnold está a poucos metros de distância, instagramando a cena. Não só a foto foi um sucesso na rede, como quando Arnold voltou a ligar o celular – após ter ficado sem bateria devido à quantidade de notificações de likes na foto –, viu que a sua conta tinha sido apagada depois de alguém ter reportado a foto como ofensiva.
É uma censura do aplicativo: fotos de nudez são proibidas, fato que fica ainda mais marcado tendo o Facebook como “pai”. Para Arnold, é a visão de cenas privadas acontecendo em espaços públicos (ou a eterna discussão da redefinição de privacidade do mundo moderno) que o atrai. Mas a sua atração foi contra as regras do aplicativo. Regras essas que, ainda sendo claras, talvez precisem de uma revisão ou distinção entre um nu artístico (como os de Mariano Vivanco, por exemplo), e um nu gratuito, pornografia ou até invasão de privacidade.
Duas fotos de Daniel Arnold no metrô, um dos seus lugares favoritos para fotografar ©Daniel Arnold/Reprodução
Para Arnold, o fato de ter sido banido do aplicativo o fez olhar para o seu vício recente com outros olhos. “O que aconteceu expôs o quão ridículo era aquilo que eu vinha fazendo. Você fica ali com o seu celular idiota o dia todo, tirando fotos de estranhos, achando que é uma espécie de artista”, diz ao Gawker. Ainda assim teve quem achasse que Daniel Arnold era um artista (ainda que amador). O movimento “Free Daniel Arnold”, criado pelos fãs rapidamente, se espalhou pelo Instagram e pelo Twitter pedindo a restauração da conta de Arnold, mas sem sucesso. A conta de Daniel Arnold no momento é @arnold_daniel e já conta com 4.657 seguidores.
Até onde vocês acham que vai a liberdade de expressão ou a rigidez de uma regra?
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