passarela x vida real: as críticas ao look de greta gerwig em cannes fazem sentido?
A atriz e diretora usou um vestido da aclamada coleção de alta-costura da marca durante evento que reuniu os jurados do festival de Cannes 2024.
passarela x vida real: as críticas ao look de greta gerwig em cannes fazem sentido?
A atriz e diretora usou um vestido da aclamada coleção de alta-costura da marca durante evento que reuniu os jurados do festival de Cannes 2024.
A aparição da diretora Greta Gerwig usando um vestido listrado e navy, ontem (14.05), no Festival de Cannes dividiu opiniões, especialmente quando descoberto que se tratava de uma peça do espetacular desfile de John Galliano para a linha Artisanal da Maison Margiela. Se por um lado muitos acharam a escolha perfeita para a ocasião, outros acreditam que a peça foi descaracterizada… Mas será mesmo?
Esse é um ótimo exemplo em que podemos discutir sobre realidade versus fantasia, styling e, principalmente, o poder da imagem.
Muitos críticos de internet sentiram falta de toda a teatralidade do styling do desfile: a maquiagem, o penteado, a ousadia, os acessórios… Mas será que toda vez que algo da coleção ser usado precisa perpetuar esse conceito? Acreditamos que não. E isso vale não só para o look de Greta, como para as expectativas em geral: trazer uma peça para a realidade não a descaracteriza, a humaniza.
Roupas são feitas para pessoas, por mais que nós, amantes da criatividade na moda, em muitos momentos acreditemos no contrário!
O vestido é, apesar de sua aparente simplicidade, repleto de ótimas técnicas de construção e particularidades: as costas incrivelmente bem construídas, as listras milimetricamente alinhadas no plissado, a modelagem bem executada. Isso que faz dele algo especial.
Na rede X, onde tudo começou, há muitos comentando “onde está o drama?”, enquanto outros ressaltam que é interessante ver a peça fora daquele contexto.
Devemos lembrar que desfile é uma concepção e proposta conceitual para transmitir uma idéia, provocar desejo e sonho, mas ao comprarmos uma peça que nos deslumbrou a graça não está justamente em como iremos ressiginificá-la e adaptá-la para a nossa vida, nossas vontades, nosso olhar?