Depois de uma festa fechada à imprensa, convidados e “amigos de amigos” na quarta-feira (11/11), o Hot Hot oficialmente abriu suas portas ao público na noite da quinta-feira (12/11), com a festa “Danceteria”, do promoter Rodrigo Fernandes. Localizado na Bela Vista, centrão de São Paulo, o clube é o mais novo projeto de Flávia Ceccato (BASE, Lov.e, Loveland), ocupando dois andares de um edifício que estava abandonado há quase vinte anos.
Os tijolos à vista e a aparência rústica da fachada saem de cena quando as portas se abrem, levando a um túnel preto, com faixas de LED ao longo de 20 metros de comprimento. Como se fosse um portal para outra dimensão, a passagem desemboca numa explosão de madrepérolas, cores e efeitos óticos distribuídos nos 500m² da casa. A impressão é de que a qualquer momento Andy Warhol ou Verner Panton vão cruzar o seu caminho com um Cosmopolitan preparado na medida certa, mas com o preço errado. O mezanino onde fica o bar principal – estrategicamente ao lado dos caixas – tem espaço suficiente para abrigar umas 150 pessoas, sem apertos.
Revestimentos com grafismos retrô que remetem aos trabalhos do designer Verner Panton. Ao fundo, o bar principal, com três maxi lustres feitos de madrepérolas ©Layla Eloá
No andar de baixo, que é acessado via dois lances de uma escadaria ampla, fica a pista de dança: a grande atração do clube, que tem sistema de som inédito no Brasil. Com espaço para abrigar confortavelmente outras 300 pessoas, a cereja do bolo são os painéis de teto que projetam, em perfeita sincronia, geometrias através de milhares de LEDs. O mesmo se repete no telão atrás da mesa do DJ, causando um efeito que – mesmo para os sóbrios – é psicodelia pura. A semelhança com a ambientação de clubes como D-Edge, Pacha e Hells não é mera coincidência: Lonardi Doná também assina a iluminação do Hot Hot.
A pista do Hot Hot: painéis de LED no teto e sistema de som Funktion-one garantem a diversão. Nas pick-ups da inauguração, a DJ cross-dresses Leiloca Pantoja, uma das headliners da festa “Danceteria” ©Layla Eloá
No caso da festa “Danceteria”, que tem inspiração no movimento Disco, os LEDs estavam no compasso perfeito, em clima super retrô. As pick-ups, sob comando de Leiloca Pantoja, Marcio Vermelho e Ricardo Gonzales, foram menos progressivas e bem menos hedonistas do que prometiam, mas mesmo assim garantiram a diversão dos convidados – a lista poderosa de Rodrigo Fernandes tirou até mesmo os mais reclusos da cama, lotando a casa e colocando em cheque a potência do sistema de ar-condicionado. Mas, neste caso, quanto mais quente, melhor.
O CARTÃO É MEU?
Quando for ao Hot Hot pela primeira vez, não se esqueça de levar o RG, ou algum documento que comprove a sua identidade. A casa trabalha com um esquema pré-pago. Na entrada, você ganha um cartão de plástico, como se fosse um cartão de crédito, que passa a ser seu. Se quiser consumir, tem que colocar créditos. Caso você não gaste todos os créditos, eles continuam valendo para uso futuro. Também é importante sublinhar que o atendimento é impecável, os profissionais são todos competentes e os seguranças educadíssimos. Essa é a parte boa.
Agora, a parte ruim. Para colocar créditos, você tem que pegar a fila do caixa – o que pode se tornar um engôdo, já que os mesmos caixas que atendem a entrada, também recarregam os cartões de quem já está na casa. E falando em créditos, uma triste notícia: no Hot Hot, uma cerveja nacional (das indigestas) não sai por menos de R$ 7 / latinha. Se preferir um drink potente, prepare-se para ficar com o bolso mais leve: caipirinhas em torno de R$18, Cosmopolitans e Margaritas na casa dos R$20. Apesar da procedência indiscutível (garrafas de Absolut e Cuervo são abertas na sua frente), fica a dica para o clube reavaliar esses valores.
Clube Hot Hot
ONDE Rua Santo Antônio, 570 – Bela Vista – São Paulo / SP
QUANTO os preços de cada festa variam e o consumo é pré-pago
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