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    Profissão Set Designer: Mano Moura

    A cenógrafa e diretora de arte é a terceira criativa da serie dedicada à profissão

    Profissão Set Designer: Mano Moura

    A cenógrafa e diretora de arte é a terceira criativa da serie dedicada à profissão

    POR Vinicius Alencar
    Cenário para Dress To, em 2019 (Foto: Divulgação)

    Cenário para Dress To, em 2019. Foto: Divulgação

    A profissão set designer está em ascensão, especialmente na moda, abrindo possibilidades de trabalhar com neste segmento além da roupa, beleza ou fotografia. Para falar mais sobre, convidamos quatro profissionais com background bem diferentes para contarem sobre suas experiências e desafios e inspirar jovens profissionais que buscam se inserir no mercado. A terceira convidada é a set designer (e também diretora de arte), Mano Moura que traz um olhar interessante sobre a criação aliada à natureza.

    Há espaço para imprimir seu estilo pessoal num set de moda? Ou o seu papel está em materializar o que foi solicitado?

    Ao longo dos últimos anos, observamos uma explosão poética fragmentada nesse campo artístico do set design. Cada projeto há uma necessidade específica solicitada que precisa ser colocada como força motriz para construção da imagem final. Como há inúmeros caminhos possíveis para essa materialização, o set designer, através da sua sensibilidade, projeta o cenário ideal. Para mim, nesse processo é que há essa possibilidade de imprimir um estilo pessoal. Isso acontece quando temos espaço para a criação e sugestão. Muitas vezes, isso não é possível devido à falta de abertura para essa forma de construção.  Resultando numa imagem mais engessada ou até mesmo, muito próxima das referências iniciais.

    Manoela Moura (Foto: Divulgação)

    Manoela Moura (Foto: Divulgação)

    Você possui um acervo, assim como um stylist, com ítens que sempre utilize ao construir seus sets?

    Como cada projeto tem uma necessidade diferente de materialidade, o mundo se torna um acervo. Claro que há certos tipos de objetos que devido a certas tendências que também existem dentro do set design, temos mais disponibilidade de ter em casa. Ao longo da vida fiz um acervo de materiais de memória. Uma junção de objetos pessoais de família, produções de trabalhos anteriores, achados de feiras e antiquários. Quando a proposta segue para um novo caminho, vou ao encontro do material concreto dentro das possibilidades que o mercado disponibiliza.

    Existem algumas dificuldades para armazenar produções anteriores, questões como a espacialidade e a memória imagética no material utilizado. A primeira que dependendo do projeto, a construção cênica cria um volume muito grande para guardar isso em casa ou no ateliê, acaba que infelizmente é necessário repassar ou desmontar a composição. Já a segunda: têm certas imagens construídas que ficam marcantes e são específicas para aquele trabalho que foram inseridas, não tendo a possibilidade de reuso. 

    O que um jovem, que está pensando em atuar como set designer, deve saber?

    Diante das incertezas vivas que habitam na nossa sociedade atualmente, precisamos ter a sensibilidade de pensar em nossos materiais e resíduos. Além dessa esfera ecológica, há uma grande crise na produção de imagens originais. Sempre buscamos referências através do que já foi produzido anteriormente e a possibilidade ideal de criação é tentar desdobrar as ideias. Existem inúmeras  formas de realizar um projeto e seguir seu processo pessoal artístico, mas isso depende de como você se relaciona com seu objeto de trabalho. Entender o que nos move a criar, produzir novas relações e desconstruir os padrões estabelecidos em nossa sociedade, é essencial para projetar verdades. A imagem criada poderá influenciar uma pessoa ou uma geração. Devemos ter o cuidado com as referências e os símbolos inseridos, possivelmente podemos nos apropriar de algo sem perceber e esbarrar em questões culturais sensíveis nos tempos atuais. A pesquisa é fundamental para qualquer atuação, assim como no set design.

    Cenário para Bem Phyna, 2019

    Cenário para Bem Phyna, 2019

    Poderia citar um trabalho que foi super difícil de executar, mas que você adore o resultado?

    Uma grande dificuldade para a produção de cenário é produzir em ambientes externos. De acordo com a previsão do tempo, montamos o set no dia ideal para não correr riscos. Às vezes essa previsão não bate com a realidade e lidamos com chuva ou vento não esperados.Um trabalho inesquecível foi a produção de um móbile num espaço externo. Como a locação era perto do mar, o tempo foi se modificando ao longo do dia e os ventos foram aumentando. Até o ponto de começar a andar com a estrutura construída e foi necessário que toda equipe segurasse para que não saísse voando e levando tudo junto.

    Quais são suas referências e o que te inspira?

    No meu processo artístico ao longo da vida, a pesquisa e estudo sobre a arte sempre é o ponto de início para pensar numa ideia. Os artistas através da sensibilidade e inseridos numa cultura, geram imagens únicas potencializadas por questões essenciais para humanidade.Uma preocupação na busca por referências e inspiração é olharmos cada vez mais para o que é produzido em nosso país. Existe uma força imensa na produção brasileira artística. Dar voz para nosso povo é completamente necessário. Atualmente  também venho pesquisando cada vez mais sobre o mundo natural e o mundo cultural. A hibridação dos meios que vivemos, geram novos significados e entendimentos. A natureza é a maior fonte de inspiração que o ser humano sempre teve.

    Para a designer de acessórios Ju Gastin, 2019

    Para a designer de acessórios Ju Gastin, 2019

    @manolamoura

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