Em 1975, uma tia e uma prima da primeira-dama americana Jacqueline Kennedy ganharam status cult instantâneo: foi naquele ano que estreou “Grey Gardens”, um documentário dirigido pelos irmãos Maysles sobre as vidas reclusas de Edith ‘Big Edie’ e Edith ‘Little Edie’ Bouvier Beale, duas excêntricas mulheres que moravam num casarão nos Hamptons, em Nova York.
Nos 35 anos seguintes, a obra ganhou um séquito de fãs e novo fôlego em 2009, quando surgiu um remake com as atrizes Drew Barrymore e Jessica Lange. Agora, os jardins cinzentos do título aparecem em “I Only Mark The Hours That Shine”, título do diário de Little Edie que virou livro.
São cerca de 200 páginas escritas em 1929, quando Little Edie tinha apenas 11 anos. O cotidiano dos endinheirados da época fica ainda mais interessante por ser justamente este o ano da Grande Depressão, a colossal crise econômica que atingiu os EUA.
Bouvier Beale Jr., o sobrinho de Little Edie, é quem escreve a introdução: “Imagine uma garota de uma próspera família americana, treinada em escrita e expressão literária pelas melhores escolas particulares e tutores que o dinheiro poderia comprar naquele tempo. Agora imagine essa garota escancarando seu coração todos os dias, por um ano, nas páginas de um diário que ela nunca imaginou que seria lido por alguém (exceto, possivelmente, sua mãe).”
Para quem se interessou, o livro (em inglês) pode ser adquirido no site greygardenscollections.com.