O estilista Maxime Perelmuter momentos antes do desfile da British Colony ©Priscilla Vilariño/FFW
“Nos quatro anos em que fiquei sem desfilar, a cada seis meses eu imaginava que coleção faria”, contou Maxime Peremulter ao portal FFW no backstage da sua marca, a British Colony. O carioca de 31 anos, que é filho do estilista George Henri (ícone da moda brasileira morto nos anos 1980), volta a desfilar após um hiato das passarelas.
“Não temos uma razão, nem um parâmetro de comparação. Só fazemos. Se você olhar para uma página em branco, vai desenhar uma coisa que é sua”, afirma, cheio de verdade.
Confira a entrevista:
A VOLTA
Sempre rolou esse flerte, o Paulo [Borges] sempre quis que eu voltasse a desfilar. Eu comecei a pensar nisso em janeiro, já tinha a pesquisa pronta mas ainda não sabia se ia apresentar a coleção. Então fui desenvolvendo o comercial ao mesmo tempo em que pensava em como traduziria tudo para a passarela.
O PROCESSO
Do dia 22 de março para cá foi a maior correria, foram dois meses sem vida social, sem tempo para nada. Senti que tirou um pedaço meu, esse desfile. Não tenho nem saído – só guardo tempo para comer corretamente e fazer exercícios.
Maxime mostra duas peças-chave da coleção “Geometria Tropical: “Temos geometria clássica” ©Priscilla Vilariño/FFW
A COLEÇÃO
O nome da coleção é Geometria Tropical, mas acho que a palavra clássico, que é muito forte, fica ali logo ao lado. Temos simetrias e assimetrias, a cartela é leve, de verão. Mas em primeiro lugar vem a minha intenção de passar o conceito de future basics.
O DESFILE
Depois de quatro anos.. é um retorno. Dá nervoso quando o pano não chega, a roupa não sai da fábrica, mas não temos o que temer. Estamos com tudo aqui: todas as peças, todos os acessórios, tudo. Zee Nunes, Daniel Ueda, todo mundo está tão relizado, todo mundo tão pronto que torna a coisa toda muito mais fácil.
OS NOVOS CLÁSSICOS
Esse foi um processo de 3 anos, que começou com a loja-conceito Opening Ceremony. Comecei a observar o comportamento das pessoas, especialmente após o 11 de setembro em Nova York. Fui ligando os pontos. Em 2007 e 2008 comecei a viajar e percebi que esse pensamento estava rolando, que eu estava emparelhado com isso.
O MUNDO DE MAXIME
A praia que gosto de frequentar, os meus amigos os bares, as bandas que eu ouço, as viagens que faço. É claro que eu tenho vontades, ando com vontade de ir a Berlim, por exemplo. Mas tudo isso é muito sutil. São coisas que me influenciam mas bem pouco.