Candice Swanepoel no backstage da Colcci, onde recebeu o FFW ©Felipe Abe
O aroma do Verão 2012/13 da Colcci veio direto de Mooi River, cidade integrante da província de KwaZulu-Natal, na África do Sul. Mas, ao contrário do que se possa depreender de uma leitura rápida, não estamos falando da inspiração para a mais recente coleção da marca catarinense. Para seu desfile na 33ª edição do SPFW, que aconteceu nesta quinta-feira (14.06), a Colcci trouxe como grande atração a modelo – e “angel” – Candice Swanepoel, essa sim advinda do país sul-africano.
Não é a primeira vez de Candice no Brasil, muito longe disso. A modelo, que já estampou as páginas de títulos poderosos como as edições americana, italiana e japonesa da “Vogue”, “Harper’s Bazaar”, “GQ”, “Allure” e “Interview”, além de campanhas publicitárias para a Versace, Tom Ford e Victoria’s Secret, conhece muito bem o país, e recentemente até adquiriu um imóvel em solo nacional. O FFW conversou com Candice no backstage da Colcci, pouco antes do início do desfile; a sul-africana, muito simpática e falando um ótimo português, contou mais sobre sua ligação com o Brasil e sobre suas origens. Veja abaixo:
É verdade que você fala português? [em inglês]
Eu falo um pouquinho, não é perfeito, mas… [Candice responde em um ótimo português]
Esta relação com o Brasil começou através do seu namoro [com o modelo brasileiro Hermann Nicoli, com quem Candice namora há cerca de seis anos]? Ou você já tinha algum interesse antes pelo país?
[Em português] Na verdade, nunca pensei no Brasil antes de conhecer o meu namorado. A primeira vez que eu cheguei, em 2006, fiquei apaixonada. Pensei: “Tenho que aprender português”, porque é difícil aqui se você não fala português. Se você não fala português, você é turista, e eu não quero ser turista!
Você prefere que eu pergunte em inglês ou português?
[Em português, um pouco envergonhada] Em inglês.
Você veio ao Brasil pela primeira vez em 2006. Nesse tempo, qual foi a experiência mais incrível que teve no país?
[A partir de agora em inglês] Tive todas as minhas melhores experiências no Brasil, desde os 17 anos. Eu acho que depois da primeira vez que vim, há um sentimento que me faz com que eu me sinta tão em casa, mais viva. Às vezes quando estou trabalhando em Nova York, esqueço de “viver”, tudo se torna apenas trabalho, trabalho, trabalho. Mas, aqui no Brasil, me sinto ótima. Venho aproximadamente três vezes por ano. Venho todos os meus Natais, passagens de anos; adoro!
Candice Swanepoel na campanha de Outono/Inverno 2011 de Tom Ford ©Mert & Marcus/Reprodução
Sua família já conhece o Brasil?
Ainda não. Tenho que trazê-los. Acabei de comprar uma casa aqui, então agora posso trazê-los. Quero trazer minha mãe para me ajudar a montar a casa.
Há alguma cidade ou lugar que te encante particularmente?
Para mim, a Bahia é provavelmente um dos lugares mais incríveis no mundo todo. Viajei por muitos lugares, com praias lindas, como Bora-Bora, mas há alguma energia faltando, uma energia que há na Bahia. Não sei como explicar, é simplesmente maravilhoso.
Você sente similaridades com seu país natal, a África do Sul?
Sim, com certeza. É por isso que vou à Bahia, por causa da influência africana. Toda vez que eu relaxo penso na Bahia.
Como foi crescer na África do Sul?
Foi incrível. É muito difícil explicar para as pessoas porque cresci na cultura zulu, em uma fazenda, então nós éramos sempre muito livres. Meus pais venderam nossa fazenda e se mudaram para a cidade, então é por isso que não tenho mais essa conexão.
Candice nas capas da “Vogue” italiana, de fev/2011, “V #74”, de Inverno 2011/12, e “Harper’s Bazaar” turca, de jan/2012 ©Reprodução
Candice nas capas da “Vogue” japonesa , de junho/2012,”Harper’s Bazaar” espanhola de jan/3023, e “QG”, de maio/2012 ©Reprodução
No começo da sua carreira como modelo, sentiu alguma dificuldade por ter crescido em um ambiente tão diferente na África do Sul?
A coisa boa das pessoas jovens é que elas não têm medo. Quando deixei a África do Sul, não tive medo. Só queria conhecer o mundo e ver coisas diferentes, sempre soube que faria algo diferente, mesmo durante a escola. Os anos como modelo têm sido duros, comecei de baixo e me agarro ao título de “mais sexy” porque sei como é trabalhar para isso.
Quando você entra na passarela, algo dentro de você muda?
Não, é um sentimento natural para mim. Tudo fica calmo, ouço a música e rio por dentro.