Hanneli com look Calvin Klein Collection ©Divulgação
Francisco Costa e a blogueira Hanneli Mustaparta são amigos e colaboradores profissionais. Haneli tem participado ativamente de ações nas plataformas de redes sociais da Calvin Klein e tornou-se também uma espécie de musa do estilista. Em seu quarto dia como editor convidado do FFW, Francisco convidou Haneli para um bate-papo sobre moda, estilo, street style e fotografia, além de uma divertida viagem para a China que veio à tona no meio da conversa. Leia na íntegra abaixo.
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Como você se tornou essa profissional que se desdobra em modelo, fotógrafa e blogueira?
Eu trabalhei como modelo por anos em Paris e em Nova York, onde eu até trabalhei com você, Francisco! Fiz alguns trabalhos para as apresentações da Calvin Klein Collection, lookbooks e fittings. Por isso foi muito bacana quando você me vestiu para o meu primeiro baile de gala do Met, anos mais tarde, quando comecei a trabalhar com a Calvin Klein de uma maneira totalmente diferente. Quando eu era modelo, adorava participar dos editoriais, fazer parte desse processo criativo, mas eu tinha essa necessidade de expressar a minha criatividade e não ser apenas parte da visão de outra pessoa. Então comecei a fotografar e a me ensinar a usar uma câmera SLR. Quando eu tinha dúvida, ia atrás dos fotógrafos que conhecia. E depois de um tempo, eu queria olhar para as minhas fotos em vez de apenas manuseá-las em pastas no computador. Queria compartilhar minhas inspirações com as pessoas. Foi por isso que comecei o meu blog, Hanneli.com, e pouco depois estava fazendo projetos com a “Vogue” americana. A partir daí eu comecei a fotografar campanhas e editoriais, passei a fazer o styling de coleções para marcas e depois me fotografando usando essas roupas. Como uma fotógrafa, blogueira e modelo, eu consigo fazer tudo o que amo.
E de onde você tira inspiração para a sua fotografia?
Fico muito inspirada quando olho para livros de fotógrafos que admiro, como David Bailey, Hans Feurer, Herb Ritts, Juergen Teller, Peter Lindbergh e Tim Walker. Eu amo as imagens que fazem por diversas razões – a vibe dos anos 60 e 90, as locações, os momentos que eles captam, a luz forte. Quando eu era modelo, os fotógrafos me diziam que eu era possivelmente a única modelo que aproveitava viagens de trabalho para passear e conhecer em vez de ficar dormindo no hotel. E eu amava essas viagens porque queria aprender como eles decidem por uma locação específica, porque uma era melhor que a outra, etc. Para mim, foi um ótimo processo de aprendizado tentar entender a visão do fotógrafo e, finalmente, ver esse resultado em uma revista. Isso me ajudou a desenvolver minhas próprias ideias em cima do que funciona e não funciona.
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Como você enxerga a fotografia de street style e o quão impactante ela se tornou?
Street style pode ser algo muito incrível quando é autêntico e nada é forçado. Infelizmente, agora se tornou uma coisa descontrolada e as pessoas chegaram ao ponto de se vestir de uma maneira que não é mais genuína. No entanto, apesar de todo o espalhafato, há pessoas que se conhecem muito bem, que se mantém fieis a si próprias enquanto estão experimentando e evoluindo o seu estilo ao mesmo tempo. Para mim, isso é inspirador. Já o impacto da fotografia de street style é extraordinário. Há um tempo, os editores olhavam pra gente com desprezo e hoje nós trabalhamos juntos com as revistas. O street style cria uma nova maneira de comunicação entre revistas, marcas, lojas e consumidores. Tudo fica mais visível e disponível.
De tudo o que você faz, qual a sua parte preferida?
São as oportunidades que eu tenho de conhecer pessoas como você. Você é um mestre, sempre sabe qual será o melhor corte, as melhores mudanças ou adições em todas as peças que está trabalhando e isso é muito inspirador. Seu talento, visão, experiência são coisas que só você tem e só você pode transmitir. O jeito como você trabalha com sua equipe e a dança silenciosa que vocês têm quando estão no estúdio juntos é linda. Eu realmente admiro como você consegue comunicar sua visão com seu time e produzir coleções maravilhosas. E eu adoro observar, ou estar no meio de tudo isso e ir pegando essas coisas no meio do caminho.
Por que você quis trabalhar com a Calvin Klein como colaboradora das nossas plataformas de mídia social?
A parceria começou de forma orgânica, desde a a primeira vez que conheci você e a equipe da Calvin Klein. Ela foi também uma das primeiras marcas a adotar as redes sociais em vez de trabalhar contra elas. Nós construímos o meu papel juntos baseado no que parece natural e divertido. E eu também gosto muito da marca; as roupas funcionam no meu guarda-roupa. Tudo o que faço tem de ser genuíno e representar quem eu sou de verdade. Então foi um trabalho que fez sentido.
E qual foi sua melhor experiência ou memória trabalhando para a Calvin Klein?
A empresa já me levou para viajar pelo mundo algumas vezes e eu amei cada minuto dessas viagens. Acho que não consigo escolher apenas uma lembrança preferida, mas as melhores foram quando eu parava no seu ateliê e você me dava uma visão global de onde estava levando sua nova coleção. Essa coisa de entender o processo e depois poder ver a versão final na passarela me dá arrepios. Também amei quando fomos para Pequim juntos e acabamos na festa de aniversário de um dos atores mais famosos da China! Todos lá estavam vestidos de super heróis e ele ganhou um bolo com o tema da Barbie. E havia aqueles pôsteres gigantes dele por todos os lados.
Como você descreveria seu estilo pessoal?
É divertido, limpo e simples. Eu gosto de ironia e de um toque de fantasia, misturados a elegância e feminilidade. Gosto muito de cores como azul e rosa pastel, branco, bege e verde. Aquele verde da sua coleção de Inverno 2014/15 me surpreendeu.
Quem são seus ícones de estilo?
Amo Bianca Jagger nos 60 e 70 por sua força feminina. Penelope Tree por sua singularidade, Grace Kelly pela elegância inocente e Jane Birkin por sua ousadia.
Duas das minhas fotos preferidas suas vestindo Calvin Klein Collection são a que você está vestindo a capa amarela para o CFDA em 2013 e a de você com o casaco vermelho durante a semana de moda de Paris. Qual é o seu look preferido da marca que você usou pessoalmente?
Esses são meus favoritos também, além do vestido branco com fios de ouro que usei no baile do Met em 2012. Me senti tão linda e 100% eu mesma, apesar de um pouco mais polida! Subir a escadaria do Met pela primeira vez não foi amedrontador graças a esse vestido! O amarelo que usei no CFDA fez eu me sentir como uma borboleta; ele tem uma construção extraordinária. O casaco vermelho que você falou é tão feminino e diferente de todos os outros tons de vermelho que já vi. As pessoas não paravam de me fotografar! Eu também fiz uma foto com a minha câmera, postei no meu blog e depois vendi os direitos para um varejista para eles usarem a imagem em uma linha de camisetas.
Qual foi o seu momento preferido de celebridades usando Calvin Klein Collection no tapete vermelho?
O vestido pêssego com as costas abertas de Emma Stone no Globo de Ouro de 2011 e o top e saia longa de couro de Olivia Wilde no gala do Met em 2013. Emma se destacou por conta da forma elegante do vestido e da cor divertida e jovem quando todo o resto usava verde, vermelho e preto. Olivia estava perfeita para o baile, que tinha o punk como tema. Ela estava única e atemporal ao mesmo tempo.
Quais suas cidades favoritas no mundo?
Nova York, Estocolmo e Paris.
Você pode dividir algo sobre você que ninguém sabe?
Eu sou uma ótima malabarista!