Por Raisa Carlos de Andrade, em colaboração para o FFW
Rony Meisler, de camisa jeans, ao fim da apresentação da Reserva Verão 2013/14 @Zé Takahashi / Agência Fotosite
Mais uma vez, a Reserva apostou no olhar reflexivo sobre a moda na hora de expôr sua coleção. Sob o tema “Moda, Foque”, a marca desfilou no quarto dia de Fashion Rio Verão 2013/14 e tentou mostrar um caminho inverso à reprodução visual europeia. “De cinco anos para cá, essa coisa de que brasileiro é gringo acabou. A gente é brasileiro, anda pelado. Então cadê o coração batendo, o sorriso na cara? Moda não é jeito de vestir, é jeito de agir e a gente está muito mais preocupado com quem está vestindo do que com o que está vestindo”, explica Rony Meisler, sócio-fundador da marca, logo após o desfile (veja a apresentação aqui).
Mantendo o ar questionador, ele garante não ser crítico. Para ele, o problema está diretamente relacionado ao conteúdo exibido naquele espaço. “Desfile é um negócio tão bacana e se a gente tem espaços tão bons como o Fashion Rio e o São Paulo Fashion Week, por que mostrar só roupa?”, diz. Por isso, deixou que seus modelos trouxessem fantasias, exibidas em uma armação que mostrava a fantasia (homem-aranha, Shrek, padre…) na frente da roupa do desfile. “Dá no mesmo. O que importa é quem está carregando o negócio”.
Além das fantasias, a banda Exalta Rei encerrou o desfile com uma mistura de carnaval e Roberto Carlos. A estratégia era ir além da fila A. “Queria uma banda para tirar de dentro dessa caixa, né? A coisa fica muito restrita à caixa, sempre à primeira fila. A gente queria sair, queria que a festa fosse para fora”, explica Rony, que continuará usando as temporadas para se manifestar além das propostas de looks. “A gente gosta de desfiles de verdade, multimídia e que não se importam com o lado mercadológico. O nosso barato é fazer o que ama”.